WASHINGTON (Reuters) - O chip que equipa o celular Mate 60 Pro da Huawei não é tão avançado quanto os processadores norte-americanos, disse a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, no domingo, argumentando que isso mostra que as restrições do país contra Pequim estão funcionando.
A Huawei, que está em uma lista de restrições comerciais desde 2019, surpreendeu o setor e o governo dos EUA quando lançou um celular equipado com um chip sofisticado em agosto passado. O Huawei Mate 60 Pro foi visto como um símbolo do ressurgimento tecnológico da China, apesar dos esforços contínuos de Washington para retardar o país na área de semicondutores avançados.
O aparelho e também foi visto por muitos como uma afronta a Raimondo, que estava visitando a China quando o produto foi lançado. Mas em uma entrevista ao programa "60 Minutes" da CBS News, a secretária rebateu essa visão.
"O que isso me diz é que os controles de exportação estão funcionando, porque esse chip não é nem de longe tão bom, (...) está anos atrás do que temos nos EUA", disse ela. "Temos os semicondutores mais sofisticados do mundo. A China não tem."
Washington está envolvida em um esforço de anos para impedir o acesso da China a chips e ferramentas de produção de semicondutores avançados.
A Huawei foi adicionada a uma lista de entidades com restrições para aquisição de chips dos EUA em 2019, em meio a alegações norte-americanas de que a empresa poderia espionar os EUA sob ordem de Pequim.
Mas os fornecedores da China, incluindo a Intel (NASDAQ:INTC), receberam licenças no valor de bilhões de dólares para continuarem a vender produtos para a Huawei. E a revelação do primeiro notebook da empresa habilitado para funções de inteligência artificial e equipado com um chip Intel, neste mês alimentou controvérsia entre congressistas republicanos com postura linha dura contra a China.
Quando perguntaram à secretária se ela está sendo suficientemente dura com as grandes empresas, Raimondo foi enfática.
"Eu responsabilizo as empresas tanto quanto qualquer outra pessoa", disse ela no programa "60 Minutes". "Quando eu digo às empresas que elas não podem vender seus semicondutores para a China, elas não gostam disso, mas eu faço isso", acrescentou.
O celular da Huawei também motivou uma análise do governo Biden para saber os detalhes por trás do chip que equipa o aparelho e que é o microprocessador mais avançado que a China produziu até agora. Mas os detalhes da análise foram escassos.
(Por Alexandra Alper)