Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O BTG Pactual mantém a cautela em relação ao setor de proteínas, recomendando a compra apenas das ações da JBS (SA:JBSS3), por causa da sua diversificação, valuation atrativo e forte impulso nos lucros de curto prazo.
Em relação a Marfrig (SA:MRFG3), a indicação é neutra, apesar do BTG enxergar que a exposição ao mercado de carne dos EUA deva continuar trazendo resultados sólidos. Sobre a Minerva (SA:BEEF3), a recomendação também é neutra, devido ao cenário cíclico mais difícil.
Já para a BRF (SA:BRFS3), a indicação é de venda, por causa da posição de balanço ainda abaixo do ideal em um momento em que o crescimento está sendo reativado.
Aves
O BTG Pactual (SA:BPAC11) olha com preocupação para o segmento de carne de frango, já que os custos elevados da alimentação estão pressionando as margens das empresas. Assim, o banco opta por permanecer cauteloso em relação à indústria avícola até que haja uma maior equilíbrio nos preços.
No mercado nacional, os spreads aumentaram 7% em agosto em relação ao mês anterior, mas ainda se manteve 16% abaixo da média. Já em relação às exportações, mesmo que os volumes tenham caído 2% e os preços tenham subido 2% nas comparações anuais, os spreads ainda permanecem 34% abaixo da média. Assim, o banco considera que é necessário acelerar o repasse dos custos, para que as margens sejam recompostas.
Bovinos
O segmento de carnes bovinas apresentou um bom desempenho em agosto, com os volumes exportados crescendo 6% na comparação com 2020, com uma tendência de alta da demanda no exterior. Ao mesmo tempo, os custos do gado recuaram 1% em relação a julho, o que ajudou no crescimento de 8% nos spreads.
No mercado doméstico, a demanda continua fraca, com queda de 1% no preço da carne bovina. Com o ciclo negativo do gado ainda trazendo riscos para impressões de margens mais fortes de forma sustentável, o BTG continua a favorecer os players que oferecem menor exposição doméstica.
Suínos
Já as exportações de carnes suínas diminuíram 11% em agosto na comparação anual e os preços em dólar caíram 4% em relação a julho. Isso fez com que os spreads caíssem 5%, atingindo um nível 41% abaixo da média.