Por Geoffrey Smith
Investing.com -- A Shell (LON:RDSa) espera um prejuízo de até US$ 5 bilhões líquidos no primeiro trimestre como consequência da abrupta saída da Rússia, afirmou a gigante de energia na quinta-feira.
O maior produtor de petróleo e gás da Europa anunciou que alienaria as empresas na Rússia quase imediatamente após a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin em fevereiro. Apesar de continuar a compra de petróleo russo para suas operações comerciais, logo teve que interromper o processo, depois de manifestações pela participação em uma licitação de exportação por um dos maiores produtores do país.
A empresa comunicou que os lucros ajustados ainda vão refletir com precisão o desempenho da empresa, que será fortemente influenciado pelo aumento dos preços do petróleo durante o trimestre. Um aumento de US$ 10 do Brent gera cerca de US$ 2,5 bilhões em ganhos ajustados para Shell com petróleo e outros US$ 1 bilhão em ganhos com gás, de acordo com suas últimas estimativas.
Espera-se que o lucro comercial cresça, já que o indicativo das margens de refino aumentou para US$ 10,23 por barril, de US$ 6,55 três meses antes. As refinarias da Shell também operaram em um nível ligeiramente mais alto no trimestre, com uma taxa de utilização entre 72% e 74%. No entanto, espera-se que o fluxo de caixa das operações apresente uma saída de US$ 7 bilhões devido ao custo crescente de substituição de estoques e outros fatores.
A Shell afirmou que espera divulgar uma produção entre 1,9 milhão e 2,05 milhões de barris de petróleo equivalente (BOE) por dia, queda de cerca de 50.000 boe/d devido à transferência de ativos da Canada Shales para a Integrated Gas. Os custos operacionais subjacentes são estimados em torno dos US$ 2,5 bilhões.
O outro grande condutor de lucros, os produtos químicos, deve manter margens praticamente idênticas em relação ao trimestre anterior (devido aos custos mais altos de matéria-prima), mas será sustentado pelo fato de que as fábricas de produtos químicos, como as refinarias, funcionaram a taxas de utilização ligeiramente mais altas.