PEQUIM (Reuters) - A China continuará a limitar a produção de aço este ano, disse o diretor geral da siderúrgica estatal Baosteel nesta quinta-feira, confirmando a continuação de uma política de crescimento zero que tem duração de dois anos e que foi implantada para limitar as emissões de carbono do setor.
Pequim não anunciou ainda que continuará a limitar a produção de aço este ano, o que tem criado dúvidas sobre se um eventual abandono da política para incentivar a economia será adotado.
Em apresentação de resultados da empresa do primeiro semestre, Wu Xiaodi, da Baoshan Iron & Steel, confirmou que o maior produtor de aço do mundo, continuará limitando a produção.
"Este ano, ainda existe a política de manter a produção de aço estável e a produção deste ano não excederá o nível do ano passado", disse Wu.
"Esperamos que as políticas de controle de produção entre as províncias da China sejam aplicadas no final do segundo semestre, proporcionando um suporte favorável às margens do setor", disseram analistas do Citibank na quarta-feira.
"A implementação de um corte na produção de aço possivelmente começará a partir de outubro ou novembro e, assim que for imposto, veremos uma rápida redução nos volumes", disse um analista chinês, pedindo para não ser identificado.
Dado o aumento anual na produção de aço nos primeiros sete meses deste ano, a China precisará reduzir a produção entre 30 milhões e 40 milhões de toneladas, acrescentou Wu. O executivo não especificou se isso significará uma redução de produção em relação ao primeiro semestre deste ano ou à segunda metade de 2022.
A Baosteel, a maior siderúrgica chinesa listada em bolsa e uma unidade do grupo estatal China Baowu, relatou na quarta-feira uma queda de 41,6% no lucro líquido do primeiro semestre, prejudicada por demanda lenta e altos custos de matérias-primas.
"A performance dos produtos de aços planos vai continuar a ser melhor que longos (no segundo semestre), diante da demanda por aço da indústria de transformação melhor que a do setor de construção", afirmou.
A Baosteel tem como meta exportar 6 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos em 2023, em comparação com quase 4 milhões no ano passado. A empresa recebeu encomendas de exportação envolvendo volume total de 2,99 milhões de toneladas no primeiro semestre, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.
(Por Amy Lv e Dominique Patton)