Startup faz parceria com Agro Penido para reflorestar terras degradadas na Amazônia

Publicado 13.01.2025, 14:04
Atualizado 13.01.2025, 14:05
© Reuters

Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) - A startup de reflorestamento re.green firmou uma parceria com a Agro Penido para restaurar 600 hectares de terras de propriedade da empresa brasileira de agronegócios com espécies nativas da floresta amazônica, informou nesta segunda-feira.

A parceria é o mais recente acordo para o nascente negócio de reflorestamento no Brasil, que abriga a maior parte da maior floresta tropical do mundo e sedia a cúpula climática da COP30 da ONU este ano, na cidade de Belém.

Startups locais, incluindo a re.green, a Mombak, apoiada pela AXA, e Biomas -- uma empresa estabelecida pela Suzano (BVMF:SUZB3), Santander (BVMF:SANB11), Vale (BVMF:VALE3), Marfrig (BVMF:MRFG3), Rabobank e Itau (BVMF:ITUB4) -- têm trabalhado para comprar terras ou fazer parcerias com agricultores locais para restaurar áreas da Amazônia.

A transformação de terras degradadas em florestas pode gerar créditos de carbono, os quais as empresas compram para compensar suas emissões de gases de efeito estufa voluntariamente ou por meio de mercados regulamentados, como o que o Brasil recentemente transformou em lei.

Empresas como a Google, unidade da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), a Microsoft (NASDAQ:MSFT), a Meta, proprietária do Facebook (NASDAQ:META), e a McLaren Racing compraram recentemente créditos de carbono de projetos brasileiros.

O novo acordo da re.green com a Agro Penido representa o primeiro da companhia para restaurar terras agrícolas no Brasil, disse à Reuters o presidente-executivo Thiago Picolo, observando que a empresa já comprou 26.000 hectares de fazendeiros.

"A compra de terras é um modelo importante, mas sempre soubemos que, para a re.green atingir o tamanho que deseja, teríamos de fazer parcerias com proprietários de terras e envolvê-los nesse negócio", disse Picolo.

A re.green é apoiada pelo bilionário brasileiro João Moreira Salles e por gestores de ativos, incluindo Lanx Capital, Principia, Dynamo e Gavea Investimentos, fundada pelo ex-presidente do Banco Central brasileiro Arminio Fraga.

Salles e Fraga fazem parte do conselho da re.green, cujo objetivo é restaurar 1 milhão de hectares de terra no Brasil, uma área duas vezes maior que a de Delaware.

Em maio, a empresa anunciou um acordo com a Microsoft para restaurar 15.000 hectares na Amazônia.

O acordo com a Agro Penido abrange áreas próximas ao Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, o maior estado produtor de grãos do Brasil.

Picolo disse que a re.green planeja restaurar florestas em partes menos produtivas das fazendas da Agro Penido, algumas das quais podem render madeira além de créditos de carbono.

Picolo disse que a primeira fase da parceria tem o potencial de produzir cerca de 300.000 créditos de carbono nas próximas décadas, cada um representando a remoção de uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente da atmosfera.

Ele disse que a re.green pode vender seus créditos baseados em reflorestamento a um preço mais alto, obtendo cerca de 50 a 100 dólares em negociações privadas.

Os cientistas consideram a proteção da Amazônia vital para conter a mudança climática devido à grande quantidade de dióxido de carbono que suas árvores retêm.

Alguns críticos reclamam que as compensações permitem que os poluidores evitem reduzir suas emissões.

A Agro Penido, que tem uma joint venture separada com a SLC Agrícola (BVMF:SLCE3), atualmente tem cerca de 40.000 hectares de produção de soja, milho e algodão, que pretende expandir para 65.000 hectares até 2027/28.

"Isso é um começo", disse Caio Penido, um dos proprietários, sobre o acordo com a re.green.

Ele acrescentou que agora eles avaliarão outras áreas de propriedade da empresa, observando que é possível que o projeto dobre seu escopo para 1.200 hectares.

(Reportagem de Gabriel Araujo)

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