Stellantis inicia operação em polo de exportação de picapes na Argentina

Publicado 13.05.2025, 16:26
Atualizado 13.05.2025, 16:31
© Reuters. Logo da Stellantis n31/1/2024 REUTERS/Brendan McDermid/Arquivo

SÃO PAULO (Reuters) - A Stellantis (NYSE:STLA) anunciou nesta terça-feira que iniciou operações no futuro polo exportador de veículos do grupo em Córdoba, na Argentina, onde começou a produzir a picape de grande porte Fiat Titano, dentro do programa de investimento de R$2 bilhões no país até 2030.

A companhia afirmou que a montagem da Titano, a maior picape da Fiat e que foi lançada no Brasil no ano passado a partir de produção no Uruguai, faz parte de um "projeto mais amplo que envolve a fabricação de uma nova família de veículos na Argentina".

Com a produção da Titano na fábrica da Fiat em Córdoba o modelo deixa de ser produzido no Uruguai, afirmou a empresa. Essa será a primeira picape da marca produzida na Argentina. A intenção do grupo é tornar Córdoba um "hub regional de picapes da Stellantis", disse a empresa.

Mais para adiante, em 2027, a Stellantis pretende começar a produzir em Córdoba motores 2.2L, também com foco em exportação, anunciou a Stellantis, quarto maior grupo automotivo do mundo em vendas.

Ao comentar a estratégia, o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, afirmou que a produção argentina da picape pode ajudar a companhia a "expandir nossa participação em um mercado que é muito promissor e em um segmento que é muito promissor".

Antes da Titano, a Fiat, principal marca da Stellantis na América do Sul, não competia no segmento de picapes grandes, disputado há anos na região por rivais como Volkswagen (ETR:VOWG), Toyota, Ford (NYSE:F) e mesmo por novos entrantes, como a chinesa GWM.

No entanto, a Titano teve uma recepção morna do mercado em meio a problemas que incluíram atrasos em importações do Uruguai.

Questionado sobre o veículo que passou a ser produzido em Córdoba na semana passada, Cappellano afirmou que a Titano "vai ter mudanças significativas, motor, suspensão, parte elétrica e eletrônica".

"Vai ser muito diferente da Titano atual. É uma melhoria muito significativa em relação ao modelo atual", disse o executivo.

De janeiro a abril, as vendas da Titano no Brasil acumularam 3.159 unidades, na 13ª posição entre os comerciais leves mais vendidos do país, segundo dados da associação de concessionárias Fenabrave. O volume está bem distante da Hilux, da Toyota, que ficou na quarta posição com 14.150 unidades emplacadas, ou da irmã menor Toro, terceiro veículo mais vendido na categoria no período, com 14.150 unidades licenciadas.

De janeiro a abril, a Stellantis teve uma participação de 23,6% do mercado sul-americano, sendo 30,4% no Brasil e 33,1% na Argentina, onde o grupo, além da fábrica da Fiat em Córdoba, tem outra instalação produtiva em Palomar, que monta modelos da Peugeot Citroen.

"Na Argentina, o custo pode ser um pouco desafiador pela questão da inflação, mas sabemos que esse tipo de investimento precisa de longo prazo", disse Cappellano. "Nossa presença na Argentina é muito forte para desconsiderarmos. É uma escolha estrategicamente relevante."

Perguntado sobre os impactos da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos sobre a indústria automotiva, Cappellano afirmou que "para a América do Sul, não estamos enxergando impactos diretos de curto prazo... Por enquanto não estamos tendo impactos diretos".

O executivo afirmou que os juros no Brasil são um fator de preocupação, apesar do crescimento do mercado automotivo nacional este ano e em 2024. Segundo Cappellano, "os juros muito altos desencorajam as vendas. Existe pressão em cima do mercado".

O executivo afirmou que o Brasil poderia "tranquilamente" ter vendas de veículos novos de 5 milhões de unidades por ano, mas esse potencial é limitado pelo poder aquisitivo da população "muito baixo e os juros muitos altos".

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