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Por Giulio Piovaccari
MILÃO, Itália (Reuters) - A Stellantis (NYSE:STLA) nomeou nesta quarta-feira o presidente das operações norte-americanas do grupo, Antonio Filosa, como seu novo presidente-executivo global, em um momento em tenta recuperar seus negócios na região.
Filosa, de nacionalidade italiana e ex-presidente da Stellantis na América do Sul, substitui Carlos Tavares, que deixou o cargo em dezembro após uma queda nas vendas. O executivo vai assumir o novo cargo a partir de 23 de junho, quando também anunciará uma nova equipe de liderança, informou a empresa.
As tarefas que Filosa tem pela frente são grandes, já que o setor automotivo busca navegar pela guerra comercial lançada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto montadoras tradicionais como a Stellantis tentam se defender do avanço de rivais asiáticos.
O foco de Filosa está na tentativa de recuperar os resultados da Stellantis nos Estados Unidos. A empresa também precisa racionalizar o portfólio de 14 marcas do grupo, o que, segundo os analistas, pode significar a eliminação de algumas delas.
A escolha da diretoria foi unânime e baseou-se no "histórico comprovado de sucesso prático de Filosa durante seus mais de 25 anos no setor automotivo", informou a empresa.
As ações da montadora, a quarta maior do mundo em vendas, cujas marcas incluem Chrysler, Peugeot, Fiat e Jeep, subiram ligeiramente no início dos negócios nesta quarta-feira, uma reação discreta para uma nomeação muito esperada. Desde o início do ano passado, a Stellantis acumulou cerca de dois terços de seu valor.
Alguns investidores disseram que Filosa tem uma experiência relativamente limitada na América do Norte e que uma pessoa de fora do grupo estaria mais bem posicionada para dar uma sacudida nos negócios da companhia.
No entanto, Fabio Caldato, gerente de portfólio da AcomeA SGR, que detém ações da Stellantis, disse que Filosa tem o perfil certo, com seu conhecimento específico do mercado norte-americano, bem como da cultura local.
"Seu currículo operacional, e não financeiro, é mais uma prova da busca da Stellantis por um presidente-executivo preparado para lidar tanto com o renascimento de seus negócios quanto com sua transição mais ampla para a eletrificação", disse ele.
Os analistas da corretora italiana Intermonte foram mais cautelosos, dizendo que não esperam que a nomeação de Filosa tenha um forte impacto no grupo, já que sua experiência na América do Norte é limitada.
Após a saída abrupta de Tavares em dezembro, a Stellantis foi provisoriamente dirigida pelo presidente John Elkann, um descendente da família Agnelli que fundou a Fiat. Os Agnellis são o maior investidor individual da Stellantis por meio da holding familiar Exor.
O grupo foi criado no início de 2021 por meio da fusão da Fiat Chrysler com a PSA, proprietária da Peugeot, com Tavares, o ex-diretor da PSA, como seu primeiro presidente-executivo.
Filosa tem liderado a Stellantis na América do Norte desde outubro.
Em 2023, Filosa também foi nomeado diretor global da Jeep, uma das principais marcas da Stellantis, função da qual saiu este ano quando, como parte de uma reorganização mais ampla da administração, recebeu também a função adicional de diretor global de qualidade da Stellantis.
Apesar de sua formação na Fiat e de sua nacionalidade italiana, ele quase não trabalhou na Itália e, em vez disso, tem o perfil global que a diretoria da Stellantis busca para resolver os problemas da montadora.