Por Iain Withers e Lawrence White
LONDRES (Reuters) - O colapso dramático do Silicon Valley Bank e a turbulência do mercado que ele desencadeou fazem parte da "batalha entre fogo e gelo" nos esforços globais para conter a inflação após anos de dinheiro fácil, disse o copresidente do Morgan Stanley (NYSE:MS), Ted Pick, nesta terça-feira.
Os aumentos acentuados nas taxas de juros pelo Federal Reserve e outros bancos centrais para combater os crescentes preços ao consumidor inevitavelmente levaram a surtos de estresse, disse Pick na Morgan Stanley European Financials Conference, acrescentando que os bancos norte-americanos SVB e Signature Bank foram vítimas dessas circunstâncias.
"Isso faz parte do processo de girar o botão para apertar as condições financeiras e garantir que estamos no caminho certo para normalizar um mundo com taxas de juros mais altas", disse Pick.
"Mas pode muito bem haver surpresas, pode muito bem haver reações", disse ele, acrescentando que o mercado está no meio de uma luta para "matar a inflação" que será travada em 12 a 18 meses.
O executivo-chefe do Lloyds, Charlie Nunn, disse anteriormente ao evento que os bancos britânicos ainda não estavam vendo uma "voo para a qualidade" nos depósitos entre clientes nervosos com a segurança dos seus recursos após o colapso do SVB.
Os principais bancos dos Estados Unidos, incluindo JPMorgan (NYSE:JPM) e Citigroup (NYSE:C), viram uma onda de clientes solicitando a transferência de suas contas para bancos maiores, informou o Financial Times nesta terça.
Os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) disseram em nota na segunda-feira que o estresse bancário dos Estados Unidos pode se espalhar diretamente para os bancos europeus.
O Santander (BVMF:SANB11) foi descrito como a única instituição com "exposição significativa" aos detentores de depósitos dos Estados Unidos, com cerca de 12% do total de depósitos nos Estados Unidos, enquanto o HSBC tinha 6% e o Barclays (LON:BARC) tinha 8% nas Américas como um todo, disse a pesquisa.