TAIPÉ (Reuters) - O governo de Taiwan afirmou neste sábado que multará a Foxconn (TW:2354), maior fabricante de eletrônicos do mundo, por um investimento não autorizado em uma fabricante de chips chinesa, mesmo após a empresa taiwanesa dizer que estava vendendo a participação acionária.
Taiwan observa com cautela a ambição da China de reforçar sua indústria de semicondutores e está apertando legislações para impedir o que afirma ser uma tentativa de roubo da China da sua tecnologia de chips.
A Foxconn, grande fornecedora da Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34) e fabricante de iPhones, revelou em julho que era acionista do conglomerado chinês de chips, Tsinghua Unigroup.
Na sexta-feira, a Foxconn afirmou à bolsa de valores de Taipei que sua subsidiária na China concordou em vender toda sua participação acionária no Tsinghua Unigroup.
O ministério da Economia de Taiwan afirmou em resposta que sua comissão de investimento, que tem que aprovar todos os investimentos estrangeiros, cobrará da Foxconn uma "explicação completa" sobre o investimento.
"Como o investimento não foi declarado previamente, a quantidade ainda será calculada de acordo com a fórmula e a multa será imposta de acordo com a lei", disse sem detalhar.
A Foxconn não respondeu ao pedido por comentário.
Pessoas com conhecimento do assunto haviam dito à Reuters que a Foxconn não buscou aval do governo de Taiwan antes do investimento e que autoridades acreditam que ela violou uma lei sobre as relações do governo autônomo de Taiwan com a China, que reivindica a ilha como sua.
A Foxconn afirmou que a Xingwei, 99% controlada pela sua unidade sediada na China, concordou em vender suas fatia por pelo menos 5,38 bilhões de iuans (772 milhões de dólares) para uma empresa chinesa chamada Yantai Haixiu.
A lei taiwanesa diz que o governo pode proibir investimento na China "com base em considerações de segurança nacional e desenvolvimento da indústria". Quem viola a lei pode ser multado repetidamente até correções serem feitas.
A Foxconn, formalmente chamada de Hon Hai Precision Industry, quer fabricar chips automotivos, no momento em que se expande para o mercado de veículos.
A empresa está buscando comprar fábricas de chips ao redor do mundo, já que a escassez mundial de chips abala produtores de bens como carros e eletrônicos.
(Reportagem de Meg Shen e Ben Blanchard)