Taxas futuras de juros curtas fecham com leve viés de alta em dia de realização de lucros e IBC-Br

Publicado 16.06.2023, 16:53
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02/09/2020
REUTERS/Adriano Machado
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após recuar em 11 das 12 sessões anteriores, as taxas dos contratos futuros de juros fecharam esta sexta-feira próximas da estabilidade na ponta curta, com leve viés de alta, com a curva a termo sendo influenciada por uma realização de lucros, pela alta dos rendimentos dos Treasuries e pelo indicador de atividade do BC de abril.

Na ponta longa, as taxas viraram no encerramento do dia, para apontar leve baixa ante o ajuste anterior.

Em função da queda das taxas nas últimas semanas, alguns investidores aproveitaram o dia para realizar ganhos e recompor posições, o que dava suporte à curva pela manhã.

O impulso foi reforçado pela divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) de abril, que subiu 0,56%, acima do 0,20% de alta projetado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters.

O resultado acima do esperado sugere uma inflação mais alta e, em consequência, uma taxa básica Selic também em níveis mais elevados. Daí o ajuste na curva.

Para completar o cenário, a tendência vinda do exterior também era altista, com o avanço dos rendimentos dos Treasuries.

Os títulos norte-americanos eram influenciados por declarações de autoridades do Federal Reserve sobre a política monetária.

O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse estar confortável com mais aumentos de juros nos EUA se os próximos dados não indicarem uma inflação mais lenta. Já o diretor do Fed Christopher Waller disse que o lento progresso na redução da inflação provavelmente exigirá mais aperto monetário, já que o núcleo da inflação não está caindo como esperado.

Além disso, o índice de confiança do consumidor dos EUA subiu para 63,9 este mês, ante 59,2 em maio, conforme leitura preliminar da Universidade de Michigan. O resultado ficou acima dos 60,0 esperados por economistas consultados pela Reuters, dando novo suporte aos rendimentos dos Treasuries, após dois dias de queda.

“Há um pouco de realização dos ganhos mais recentes, tanto aqui quanto lá fora”, comentou o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos, ao justificar o avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) mais cedo.

“O índice de Michigan veio um pouco mais alto que o esperado, o que ajudou a abrir a curva, e o IBC-Br também veio acima, contribuindo para o cenário.”

Durante a tarde, as taxas perderam um pouco de força, em especial na ponta longa, onde os estrangeiros atuam mais. No fechamento, alguns vértices longos exibiram taxas em queda, embora elas não tenham se afastado muito dos níveis vistos na quinta-feira.

O movimento das taxas nesta sexta-feira foi incapaz de alterar as expectativas mais gerais em relação aos próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne na próxima semana para tratar da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

No fim da tarde, a curva a termo precificava apenas 10% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro da semana que vem e 90% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano. Para agosto, estão precificados 88% de chances de corte de 0,25 ponto percentual.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,13,025%, ante 13,004% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,13%, ante 11,102% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,51%, ante 10,513% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,515%, ante 10,569%.

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Pela manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) teve baixa de 2,20% neste mês, ante recuo de 1,53% em maio, registrando queda de 6,31% em 12 meses, sendo ambas as deflações mais intensas desde o início dos registros, que remonta a 1993. O dado de inflação, no entanto, não fez preço.

Nos EUA, os rendimentos dos Treasuries seguiam em alta.

Às 16:44 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 3,90 pontos-base, a 3,7672%.

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