Investing.com – Finalizada a temporada de balanços brasileira, instituições financeiras ajustam suas perspectivas para os papéis e começam a formular as projeções para os resultados do segundo trimestre. Para os balanços referentes aos meses de janeiro a março, setores relacionados a algumas commodities teriam sido mais pressionados na base anual, enquanto frigoríficos e empresas ligadas à economia doméstica teriam trazido indícios de melhora, segundo analistas do Santander e da XP (BVMF:XPBR31).
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Em relatório enviado a clientes e ao mercado, o Santander apontou melhoria contínua nos dados de empresas domésticas. Entre as companhias sob cobertura do Santander, as receitas aumentaram 2,7% na base anual, enquanto o Ebitda recuou 0,6% e o lucro líquido teve queda de 11,4%, abaixo das expectativas iniciais.
“O menor resultado anual tanto no Ebitda quanto no lucro líquido foi impulsionado pelo desempenho negativo dos setores relacionados com commodities, como alimentação e bebidas, mineração, petróleo e gás, papel e celulose e aço”, apontou o banco.
No entanto, os setores mais relacionados à atividade doméstica apresentaram bom desempenho, pondera, indicando robustez da atividade econômica e dinamismo do mercado de trabalho.
“Para o lucro líquido, o setor de saúde (dada a fraca base comparativa no 1T23) e de transportes relataram os maiores aumentos anuais. Do lado negativo, celulose e produtos florestais e aço reportaram as quedas mais significativas do lucro líquido em relação ao ano anterior”.
O banco elencou como destaques positivos Hapvida (BVMF:HAPV3), BRF (BVMF:BRFS3), JBS (BVMF:JBSS3), Totvs (BVMF:TOTS3), Grupo Mateus (BVMF:GMAT3) e Rede D'Or São Luiz (BVMF:RDOR3), enquanto os destaques negativos foram Petrobras (BVMF:PETR4), Vale (BVMF:VALE3), Ultrapar (BVMF:UGPA3) e Oncoclínicas (BVMF:ONCO3).
Segundo a XP, os resultados do primeiro trimestre representaram um ponto de inflexão, com dados mais favoráveis do que o esperado. Entre os destaques positivos, estiveram os detores de educação, financeiro, construtoras, imobiliários e shoppings, frigoríficos e telecom, elencam os estrategistas Fernando Ferreira e Jennie Li em relatório.
Entre a cobertura da XP, 30% das empresas tiveram receita superiores ao esperado, 25% ficaram abaixo e 46% em linha com o estimado. Em relação ao Ebitda, 34% superaram as projeções, 54% vieram em linha, e 12% apresentaram resultados inferiores às expectativas. Considerando o lucro líquido, 43% superaram as projeções de analistas, 18% ficaram em linha e 39% vieram abaixo do esperado.
Considerando o crescimento anual, a XP aponta que as empresas em sua cobertura tiveram expansão de receita de 2,2% e de Ebitda em 6,6%. Das empresas que compõe o índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, as receitas subiram 7,5% na mesma comparação, enquanto o Ebitda teve acréscimo de 11,6%.
“Olhando para frente, estamos vendo as expectativas de lucros pelo consenso sendo revisadas para cima. Desde o começo da temporada em abril, as projeções de lucro por ação para os próximos 12 meses, e também de 2024 tem sido revisadas para cima por 2-4%”, indicam Ferreira e Li.
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