Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - O cenário macroeconômico continua a pressionar as varejistas e afastar investidores das ações do setor. Entre os papéis, os da C&A (BVMF:CEAB3) vem tendo destaque pela alta volatilidade nas últimas semanas, principalmente após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022. As ações fecharam o pregão desta terça-feira, 14, cotadas a R$2,87, uma baixa de 7,42%.
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No início de março, nos dias 02 e 03, as altas foram de dois dígitos, acompanhadas de novas valorizações, agora alternadas com recuos.
Dados históricos da C&A
Fonte: Investing.com
Gráfico de preços
Fonte: Investing.com
Bull case, tese de alta
Quando consideram os receios do mercado sobre o varejo como um todo e avaliam o resultado reportado pela companhia, as melhorias na receita, margens e diminuição de custos, como os do frete, foram pontos ressaltados pelos analistas como positivos, como detalha Vitório Galindo, head de Análise Fundamentalista da Quantzed Research.
“A companhia tem falado para o mercado que as mudanças na parte operacional, de ciclo de capital de giro vieram para ficar. Olhando para o operacional, margem bruta alta ajuda bastante”, afirma.
Bear case, tese de baixa
Segundo Lucas Ribeiro, head de análise de renda variável da Kínitro, a C&A passou por uma recuperação pós-pandêmica, demandando ajuste forte da empresa. A companhia precisaria de mais mudanças para acompanhar a concorrência. “Ao analisar o quanto a C&A vende por metro quadrado e comparar com um outro player, a Renner (BVMF:LREN3), a empresa vendia em 2016/2017 o equivalente a 90% desse concorrente. Hoje, está em 68%”, destaca Ribeiro.
Nesse ano, a perspectiva é de que a companhia cresça entre 5 e 10 lojas, no máximo, na visão de Felipe Leal, analista da Vêneto Asset Management. “Como o endividamento familiar está mais alto, juros estão mais altos, fica um pouco mais complicado entender a dinâmica de crescimento da empresa para este ano. Não esperamos um grande crescimento de volume, talvez até haja uma queda nesse ponto”.