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O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, estimou em R$ 12,5 bilhões o volume de recursos que serão injetados no setor naval brasileiro para construção dos 25 navios que serão licitados em janeiro deste ano pela subsidiária de transportes da Petrobras (BVMF:PETR4). Em evento do setor, que bateu recorde de público, Bacci afirmou que o encontro marcou a retomada da indústria naval no Brasil e anunciou o valor das encomendas.
"A presença dos principais atores desse mercado e a rede de negócios que um evento dessa dimensão proporciona são fundamentais. Estou otimista e confiante de que estamos no caminho certo para reacender a indústria naval brasileira e gerar os empregos necessários para que nossa economia volte a crescer. Esse evento mostrou, mais uma vez, que temos condições para isso", disse durante a 17ª edição do Navalshore, evento realizado desde 2014 no Rio de Janeiro e que reuniu 12 mil visitantes entre 22 e 24 de agosto.
Segundo os organizadores, a feira deste ano mostrou que a tendência do setor é a busca de soluções que viabilizem a redução das emissões de gases poluentes e promovam a eficiência operacional. A retomada das encomendas da Petrobras no mercado nacional, porém, foi o ponto alto do evento.
"Estivemos em Manaus, na Navalshore Amazônia, e sentimos que o setor está aquecido. Performamos um crescimento médio anual de 5% em faturamento e projetos e, com os projetos que vêm sendo anunciados, esse comportamento pode aumentar muito", avaliou o gerente comercial internacional da AkzoNobel, uma das patrocinadoras do evento, Giuliano Tramontini.
Para o presidente da DLC, empresa especialista em motores, turbos, compressores, injetores, Luiz Carpolare, o passado de inatividade da indústria naval brasileira passou. "Mas agora o mercado precisa desenvolver a confiança para as novas construções, que espero que voltem a acontecer. O crédito está caro, é verdade, e ainda há incertezas no mercado quanto às novas tecnologias que as regulamentações para a diminuição das emissões vão exigir: híbrido, etanol, biocombustível, eletrificação, ainda há muitas dúvidas. E como se trata de um investimento de longo prazo, com capex altíssimo, o mercado precisa de alguma certeza sobre qual será a opção demanda", avaliou.
A indústria naval brasileira sofreu um baque durante a Operação Lava Jato, com alguns estaleiros entrando em recuperação judicial e outros definhando por falta de encomendas.
Com a vitória do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, as promessas de recuperação do setor naval da campanha começam a tomar corpo, com a licitação, pela Petrobras, de navios dos tipos gaseiro, panamax e aframax.