Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Preocupações com a disputa eleitoral e a situação na Turquia pressionavam negativamente as ações brasileiras nesta sexta-feira, enquanto os papéis da Vale subiam na esteira da alta dos preços do minério de ferro no mercado internacional.
Às 11:27, o Ibovespa caía 1,32 por cento, a 75.802,26 pontos, caminhando para fechar a segunda semana consecutiva com queda acumulada.
O volume financeiro do pregão era de 2,68 bilhões de reais.
A lira turca voltou a recuar nesta sessão, contaminando outras moedas de mercados emergentes, conforme segue o impasse entre Turquia e Estados Unidos relacionado à libertação de um pastor norte-americano, o que tem resultado em sanções para o país turco.
Em nota a clientes, a equipe da consultoria de investimentos Lopes Filho destacou a renovação dos temores com a Turquia, acrescentando que as incertezas com o cenário eleitoral potencializavam a aversão a risco no mercado local.
No Brasil, pesquisa encomendada pela XP Investimentos mostrou melhora do petista Fernando Haddad na preferência dos eleitores, mesmo em cenário sem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Geraldo Alckmin, do PSDB, benquisto pelo mercado, segue patinando.]
"Foi um golpe duplo. O crescimento da oposição e a perda de potência da suposta sucessão da situação amargaram um mercado já tenso com a situação do exterior", disse o gestor Marco Tulli da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caía 2,11 por cento e BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuava 2,4 por cento, entre as maiores pressões de baixa, já que o setor figura entre os maiores pesos no Ibovespa e os mais sensíveis a expectativas sobre a corrida presidencial no país.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) cedia 1,85 por cento, também contaminada por receios com o panorama eleitoral, apesar do avanço dos preços do petróleo no mercado externo. PETROBRAS ON (SA:PETR3) perdia 1,32 por cento.
- B2W (SA:BTOW3) recuava 3,56 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, com o setor de consumo como um todo no vermelho. LOJAS RENNER declinava 2,5 por cento.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) mostrava queda de 2,85 por cento, após fortes ganhos recentes e tendo no radar decisão da estatal de energia de alterar o cronograma de desestatização de suas distribuidoras, reagendando o leilão da empresa que atua no Amazonas para 26 de setembro, ao passo que o certame das companhias com operações em Rondônia, Roraima e Acre segue mantido em 30 de agosto.
- MARFRIG ON (SA:MRFG3) recuava 3,34 por cento antes de entrar em leilão, tendo revertido os fortes ganhos do início da sessão após notícia de que Tyson Foods concordou em adquirir da empresa brasileira a processadora de frango com sede nos Estados Unidos Keystone Foods por 2,5 bilhões de dólares. Conforme disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto, acordo foi assinado pelo acionista controlador da Marfrig, Marcos Molina, na noite de quinta-feira. Na máxima do dia, a ação da Marfrig chegou a subir 8,28 por cento.
- VALE (SA:VALE3) subia 1 por cento, na esteira do avanço do preço do minério de ferro à vista na China, ajudando na recuperação de BRADESPAR PN (SA:BRAP4), que se valorizava 2,81 por cento.