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Investing.com – Os analistas do UBS seguem positivos em relação ao mercado acionário dos EUA, apesar das preocupações com tarifas e inflação. O banco projeta que o S&P 500 alcance 6.600 pontos até o final do ano, embora reconheça que o caminho até lá possa envolver episódios de volatilidade mais intensa.
“Seguimos enxergando um cenário fundamental favorável que deve sustentar novos ganhos nas ações”, afirmou o UBS, citando o bom desempenho dos lucros corporativos e a resiliência do consumo.
Segundo o banco, 75% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados do quarto trimestre, com 60% superando as estimativas de receita e 75% batendo as projeções de lucro.
O UBS agora espera que o crescimento dos lucros do índice em 2025 fique em 9%, no limite superior da previsão anterior, que variava entre 7% e 9%.
Mesmo com a desaceleração na criação de empregos em janeiro, o mercado de trabalho segue sólido, destacou o banco. A geração de 143 mil vagas ficou abaixo da projeção de 170 mil, mas a taxa de desemprego recuou para 4,0%, o menor nível desde maio de 2024.
Além disso, o crescimento salarial superou as expectativas, reforçando a percepção de que as pressões inflacionárias impulsionadas pelo mercado de trabalho ainda não foram totalmente dissipadas.
O UBS espera que o Federal Reserve retome os cortes de juros apenas no final de 2025, com o primeiro corte de 25 pontos-base projetado para junho. Os dados de inflação desta semana podem trazer mais clareza, mas o banco acredita que a inflação subjacente seguirá desacelerando.
No que diz respeito à política comercial, o UBS vê as recentes ameaças tarifárias de Donald Trump como parte de uma estratégia de negociação, avaliando que o governo norte-americano dificilmente adotará medidas que comprometam o crescimento econômico.
O banco mantém sua posição otimista sobre as ações dos EUA, recomendando que os investidores foquem na diversificação de portfólio e em estratégias de hedge para lidar com a volatilidade. O ouro segue sendo uma opção atrativa de proteção, com o UBS sugerindo uma alocação de 5% dentro de um portfólio equilibrado em dólares.
S&P 500 pode atingir 6.800 pontos até 2025, diz Evercore ISI
A Evercore ISI projeta que o S&P 500 alcance 6.800 pontos até o final de 2025, mas alerta que o trajeto até essa marca será volátil.
O banco de investimentos observa que os recentes desdobramentos na política comercial dos EUA reforçam um padrão visto na primeira guerra comercial entre EUA e China: as tensões aumentam conforme o mercado se fortalece.
Com Trump adotando uma postura mais agressiva no comércio internacional, os estrategistas da Evercore ISI acreditam que qualquer nova recuperação ou fortalecimento do mercado pode abrir espaço para uma escalada adicional na guerra comercial, levando a novas tarifas.
Atualmente, o S&P 500 negocia a um múltiplo de 24,9x sobre os lucros passados, enquanto o VIX, índice de volatilidade, está em 16,6 pontos – patamares que a Evercore ISI considera um reflexo tanto de risco quanto de complacência.
O banco traça paralelos com 2018, quando o mercado manteve resiliência por meses antes de enfrentar quedas acentuadas perto das máximas históricas.
Diante desse cenário, a Evercore ISI recomenda uma postura defensiva, privilegiando ações com baixa volatilidade e forte programa de recompra de ações, denominadas como “Trade War Heroes”.
Além disso, a instituição sugere que investidores aproveitem a turbulência do mercado para aumentar a exposição a empresas classificadas como “AI Enablers, Adopters e Adapters”, que desempenham um papel central na trajetória do S&P 500 rumo aos 6.800 pontos.
“Para navegar na segunda fase da guerra comercial, é essencial estar preparado para episódios de alta volatilidade no curto prazo, dentro de um cenário de valorização no horizonte de 2025”, destacaram os estrategistas liderados por Julian Emanuel.
O S&P 500 estava apenas 1,4% abaixo de sua máxima histórica registrada em 24 de janeiro, quando Trump anunciou novas tarifas em 1º de fevereiro. O mercado já havia recuperado a maior parte das perdas iniciais quando o presidente sinalizou novas medidas recíprocas, reforçando as expectativas de que as tarifas poderão ir além de China e União Europeia, atingindo também México e Canadá antes do prazo final da ordem executiva em 1º de abril.
“O passado se parece cada vez mais com um prelúdio do que está por vir”, acrescentaram os analistas da Evercore. “Diante disso, qualquer resiliência do mercado – o S&P 500 está apenas 2,6% abaixo de sua máxima histórica – ou fortalecimento adicional pode criar terreno fértil para a escalada da guerra comercial, aproveitando a vantagem estratégica da posição norte-americana.”
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