Por Dhirendra Tripathi
Investing.com – Os ADRs da Unilever (NYSE:UL) caíam 1,63% às 13h53 (de Brasília) quinta-feira, cotados a U$ 51,29, depois que a companhia anunciou que precisará de dois anos para recuperar os níveis de lucratividade vistos no ano passado, enquanto responde a pressões no aumento dos preços de insumos. O BDR recuava 2,13%, a R$266.
A gigante de bens alimentícios antecipa “uma inflação muito alta no custo de insumos no primeiro semestre, acima de € 2 bilhões” (US$ 2,3 bilhões). O impacto deve diminuir para US$ 1,5 bilhão no segundo semestre, disse a empresa. Os altos custos de marketing e publicidade devem agravar outras questões operacionais.
A Unilever disse esperar que as margens sejam "restauradas após 2022, com a maior parte retornando em 2023 e o restante em 2024".
A Unilever fabrica centenas de produtos, desde o limpador de pisos Domestos ao sabonete Dove e o sorvete Ben & Jerry’s, expondo a empresa a múltiplas fontes de inflação. A concorrência é intensa e os aumentos de preços acima de certos limites representam um risco de que os consumidores optem por alternativas mais baratas. No quarto trimestre, os preços foram responsáveis por um aumento de 4,9% nas vendas subjacentes. Em comparação, os volumes se mantiveram estáveis.
A empresa espera que as vendas subjacentes de 2022 cresçam de 4,5% a 6,5%, com queda na margem operacional entre 1,4 e 2,4 pontos percentuais.
Concorrência, margens e novos mercados eram o foco quando o CEO da empresa, Alan Jope, fez o lance de US$ 68 bilhões pela operação de saúde do consumidor da GlaxoSmithKline (NYSE:GSK), uma busca da qual a empresa rapidamente desistiu devido às pressões dos acionistas. Ela descarta qualquer nova grande operação de M&A por enquanto e, a fim de tranquilizar as preocupações dos investidores, a empresa agora propõe um programa de recompra de ações de até € 3 bilhões nos próximos dois anos.