Investing.com - Os acionistas da Vale aprovaram nesta terça-feira a reestruturação societária da companhia que prevê o fim do acordo de acionistas e a conversão dos papéis preferenciais em ordinários. A troca possibilita a migração da companhia para o Novo Mercado da B3.
Os papéis da mineradora valorizam quase 4% nos preferenciais (SA:VALE5) e de 5% ordinários (SA:VALE3) em seu quinto pregão consecutivo de ganhos, impulsionado pelo recente rali do minério de ferro. Os ativos acumulam valorização de 11% e 12%, respectivamente.
A conversão dos papéis PN em ON deverá ocorrer até o início de agosto, o que marcará também o fim de blocos acionistas controladores - entre eles fundos de pensão e o BNDES -, o que reduz a capacidade de intervenção do governo. A Bradespar (SA:BRAP4), principal acionista, valoriza 6%.
A troca de papéis deverá ocorrer na relação de 0,9342 ação ordinária por cada ação preferencial classe A de emissão da Vale, definida com base no preço de fechamento apurado na média dos últimos 30 pregões anteriores a 17 de fevereiro de 2017, pregão anterior ao anúncio do plano de reestruturação.
Os acionistas também aprovaram a incorporação da Valepar, cujos controladores - Previ, Bradespar, a japonesa Mitsui, BNDESpar e os fundos de pensão Petros, Funcef e Fundação Cesp receberão um prêmio de 10%, implicando em uma diluição de 3 por cento de todos os acionistas. A Valepar deverá permanecer no controle da Vale pelos próximos três anos até a migração para o Novo Mercado.
A estratégia replica o movimento feito para tirar a Embraer (SA:EMBR3) das mãos do governo em 2006. Na ocasião, a conversão de ações foi feita junto com o fim do acordo de acionistas da companhia, mas o governo manteve a "golden share", que veta qualquer tentativa de aquisição hostil.
Minério em alta
No pregão chinês, o final do pregão foi marcado por cobertura de posições em aberto que empurraram as cotações das commodities para cima. Os investidores também ficaram mais otimistas com a fala do primeiro-ministro, Li Keqiang, que afirmou que o país deverá cumprir a meta de crescimento de 6,5% neste ano e com dados de balanço industrial.
Os futuros do minério de ferro subiram 6% na bolsa da Dalian e encerrou o dia a a 456,5 iuanes por tonelada, após tocar a máxima de 458 iuanes nos últimos cinco minutos de negociação.
Siderúrgicas sobem
A CSN (SA:CSNA3) lidera os ganhos com alta de 5%, negociada pouco abaixo do patamar de R$ 7,00, perdido no primeiro dia de junho, com a derrocada das commodities metálicas das últimas semanas. Desde a máxima de R$ 12,97 alcançada em fevereiro, o papel já perdeu 50% de seu valor.
Usiminas (SA:USIM5), Gerdau (SA:GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) operam com altas entre 1,5% e 3%, o que empurra os ativos a recuperarem as perdas desde o crash da bolsa brasileira após a delação da JBS (SA:JBSS3), divulgada no dia 17 de maio.
Com Reuters