Investing.com - Na parte da manhã desta quinta-feira, as ações da Vale (SA:VALE3) se destacam entre as altas do Ibovespa, ganhando 1,62% a R$ 52,58. A companhia anunciou na noite de ontem o resultado do segundo trimestre, que ficou em linha com o mercado. No entanto, os dividendos e o programa de recompra de ações foram bem recebidos pelo mercado.
A mineradora registrou lucro líquido de 306 milhões de reais no segundo trimestre, cerca de cinco vezes maior que o registrado no mesmo período de 2017 (60 milhões de reais), mas uma queda acentuada na comparação com o registrado no primeiro trimestre, quando somou 5,1 bilhões de reais.
A Vale anunciou nesta também que seu Conselho de Administração aprovou pagamento de remuneração ao acionista de 7,694 bilhões de reais, o equivalente a 1,48 real por ação, sendo 6,8 bilhões na forma de juros sobre capital próprio e 892,6 milhões de reais na forma de dividendos.
Analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) destacaram que a Vale divulgou Ebitda do segundo trimestre basicamente em linha com as suas estimativas, enquanto o fluxo de caixa livre ficou abaixo das suas previsões, os investimentos (capex) continuaram caindo e a dívida líquida recuou para 11,5 bilhões de dólares, conforme nota distribuída a clientes.
Mais importante, segundo a equipe do Morgan Stanley, é que a Vale está retornando US$ 3,1 bilhões para os acionistas via dividendos e também está realizando recompra de ações, acima das expectativas.
A XP Investimentos destacou que os números da mineradora ficaram dentro do esperado pelo mercado. No entanto, o destaque positivo está no foco voltado ao retorno para os acionistas, com a companhia anunciando um programa de recompra de US$ 1 bilhão, além do dividendo mínimo de US$2,05 bilhões para o primeiro semestre de 2018.
A Mirae Asset explica que ao anunciar recentemente um recorde de produção e vendas de minério de ferro no segundo trimestre, ficou claro que o preço médio do minério de ferro se posicionou em bom patamar no período e a valorização do dólar sobre o real atingiu 16,1%, uma forte evolução do faturamento estava predestinada.
Para os analistas, o movimento favorável também foi acompanhado na apuração do seu saldo Ebitda do 2T18, que ficou dentro do nível esperado pelo consenso do mercado, ou seja, na faixa de R$ 14 bilhões. O resultado também ficou dentro das expectativas, considerando que já eram esperados ajustes pontuais no trimestre e deve ser bem recebido pelos agentes do mercado.
Eles também chamaram a atenção para o anúncio de remuneração de US$ 2 bilhões a serem pagos em setembro próximo (equivale a um dividend Yield de 6%) e um programa de recompra de ações no valor de US$ 1 bilhão que vai perdurar por um ano.
No ano a ação acumula uma valorização de 30% e está sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA 18 de 5,3x e para 2019 em 5,58x.
Para os analistas da corretora, esse é o começo do que deve ser o maior ciclo de dividendos da história da Vale - temos um yield de 12% para 2019, com risco de surpresa positiva e potencial de um dividendo extraordinário sendo anunciado já no resultado do quarto trimestre de 2018. Diante disso, a XP reitera a recomendação de compra, com preço alvo de R$70.
Com Reuters.