O Ibovespa opera indefinido na manhã desta quarta-feira, 17. Após perder a marca dos 129 mil pontos da abertura e cair, voltou a testar alta e recuperou tal nível. De um lado, a valorização do petróleo acima de 1,00% estimula os papéis do setor, principalmente Petrobras (BVMF:PETR4). Na outra ponta pesa a queda de 2,66% do minério de ferro em Dalian, na China, e alguns pontos do relatório de produção e vendas da Vale do segundo trimestre.
Na terça, 16, o Índice Bovespa fechou em baixa de 0,16%, aos 129.110,38 pontos, após 11 pregões seguidos de alta. Hoje, não se pode descartar volatilidade, em meio ao vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Ao mesmo tempo, fica no foco dos investidores a ideia de que algumas medidas para o ajuste das contas públicas do Brasil poderão ficar mais para frente. O governo de Minas Gerais, por exemplo, ganhou mais tempo para renegociar a dívida do Estado. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Senado pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais tempo para votar a desoneração da folha de pagamentos.
Para Felipe Moura, analista da Finacap, notícias no sentido de atraso de ações que possam atrapalhar as contas públicas não são bem vistas. No entanto, afirma que o aceno recente do governo em relação ao compromisso fiscal ainda gera algum otimismo no mercado. "No geral, a situação melhorou drasticamente - o Ibovespa subiu por 11 sessões. Só que o mercado está esperando para ver medidas concretas. Seguirá monitorando isso", diz.
O investidor ainda avalia o relatório da Vale (BVMF:VALE3) relativo ao segundo trimestre, divulgado na terça-feira após o fechamento da B3 (BVMF:B3SA3). Além disso, monitora especulações em torno de nomes que poderão assumir o lugar do CEO Eduardo Bartolomeo no comando da mineradora.
As bolsas americanas caem, após valorização na terça. O ímpeto foi motivado principalmente pela chancela das apostas de que haverá corte dos juros em setembro nos EUA.
Nesta quarta, o diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, disse que os dados de inflação dos EUA dos últimos meses foram tranquilizadores, o que o deixa mais confiante de que o banco central americano está se aproximando do momento em que um corte de juros seria justificável.
Também nesta quarta, saiu a produção industrial dos Estados Unidos, que subiu 0,6% em junho ante maio, ante previsão de 0,3%.
A correção das bolsas americanas - com exceção do Dow Jones - ocorre em meio a preocupações de que os EUA adotem restrições comerciais para evitar o acesso da China à tecnologia avançada de chips e após o ex-presidente americano Donald Trump expressar descontentamento, em entrevista, com a perda da indústria de semicondutores para Taiwan.
No Brasil, ainda que movimentos do setor de tecnologia no exterior tenham pouco impacto no Ibovespa, a correção dos índices externos e o recuo do minério podem pesar, cita em relatório Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Segundo Moura, da Finacap, o mercado continuará sensível a temas ligados ao fiscal. "As altas recentes foram apenas um repique. O fluxo só tende a melhor quando houver um movimento mais concreto quanto ao fiscal", analisa.
Às 11h22 desta quarta-feira, o Ibovespa subia 0,14%, aos 129.289,45 pontos, ante alta de 0,19%, na máxima aos 129.354,19 pontos, depois de ceder 0,29%, com mínima aos 128.741,45 pontos. Petrobras subia entre 0,29% (PN) e 0,46% (ON).
Vale caía 0,88%. A produção de minério de ferro da empresa no segundo trimestre deste ano aumentou 2,4% em relação ao mesmo período de 2023, alcançando 80,598 milhões de toneladas. No período, a empresa registrou vendas de 79,792 milhões de toneladas, alta de 7,3% na comparação anual. A produção de níquel foi de 27,9 mil toneladas, queda de 24,4%, e a de cobre alcançou 8,6 mil toneladas, recuo de 0,3%. O preço realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 98,2 por tonelada no período, queda também de 0,3%.