Investing.com – O relatório operacional da Vale foi elogiado por analistas de grandes instituições financeiras, que demonstraram otimismo com a performance de produção da mineradora brasileira, uma das de maior destaque a nível global. O mercado também reagiu bem aos indicadores e as ações (BVMF:VALE3) subiam 1% às 11h45 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 16 de outubro, cotadas a R$61,79. As American Depositary Receipts (ADRs) (NYSE:VALE) também ganhavam 1%, a US$10,91.
A companhia reforçou o guidance após ter registrado a maior produção de minério de ferro em um trimestre desde 2018, com previsão de produção de 323-330 milhões de toneladas neste ano.
A empresa contabilizou uma produção de minério de ferro de 91 milhões de toneladas, alta anual de 5%, enquanto a produção de cobre somou 85,9 kt, também ganho de 5%, e a de níquel atingiu 47,1 kt, incremento de 12%.
A Vale divulga os resultados do 3T24 no dia 24 de outubro, quinta-feira da semana que vem, após o fechamento do mercado. A conferência com analistas ocorre no dia seguinte, 25 de outubro, sexta-feira, às 11h.
‘Reviravolta operacional’, “virando a página” e ‘reescrevendo a narrativa’
A produção de minério de ferro ficou 11% acima da projeção do Goldman Sachs (NYSE:GS) e foi 5% superior ao consenso da Bloomberg, conforme relatório divulgado pelo banco em repercussão. “A superação também foi de alta qualidade devido aos menores volumes de alta sílica, melhor teor médio de ferro e consequente desconto menor em relação ao benchmark”, comemora o banco, mencionando superação também na produção de cobre e níquel. As expectativas são de um Ebitda de US$ 3,7 bilhões no balanço trimestral.
A percepção do Goldman é de que os dados deste trimestre seriam o início de uma “uma reviravolta operacional de vários anos, após anos desafiadores desde 2019”, segundo os analistas Márcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques.
O otimismo foi acompanhado pelo Santander (BVMF:SANB11), que entende que a Vale estaria “na estrada novamente, virando a página”. A empresa é considerada como principal escolha no setor de commodities básicas na cobertura da América Latina.
“Esses resultados corroboram nossas expectativas para o desempenho da Vale de Ebitda do 3T24 de US$ 3,5 bilhões. Esperamos uma reação ligeiramente positiva do mercado”, disseram os analistas Yuri Pereira e Arthur Biscuola.
A Vale estaria reescrevendo a narrativa, na avaliação do BTG (BVMF:BPAC11), que afirmou que os dados vieram ligeiramente acima do previsto e que o relatório operacional deve ser bem-vindo pelo mercado. Os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi acreditam que a diferença entre a produção de minério de ferro e os embarques deve ser temporária, mencionando ainda melhora nos prêmios.
“Há algum tempo que temos sido cautelosos em relação à tese da Vale, mas devemos admitir que gostamos do que temos visto ultimamente em suas operações de minério de ferro”, elogia o BTG, ainda que fique de fora do papel por enquanto.
Os números fortes números de produção vieram em linha com as projeções do Itaú BBA. Para os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, o período teria sido “marcado pela produção recorde de minério de ferro desde o rompimento da barragem de Brumadinho e uma melhora no portfólio de qualidade média da Vale, com menores vendas de produtos de alta sílica e maior produção no Sistema Norte”.
A XP (BVMF:XPBR31) considerou o desempenho operacional como em linha com expectativas, de acordo com indicado em relatório assinado por Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano. Os resultados foram “melhores do que o esperado em níquel, compensados por um desempenho mais fraco do que o esperado nas operações de pellets”, completou a XP.
Recomendações de analistas:
- Goldman Sachs: Compra, com preço-alvo de US$15,50 para ADRs
- XP: Compra, com preço-alvo de R$82 para VALE3
- Santander: Outperform (compra), com preço-alvo de US$18 para ADRs e R$90 para VALE3
- BTG: Neutro, com preço-alvo de US$12 para ADRs
- Itaú BBA: Outperform com preço-alvo de US$13