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Veja o que esperar de cada setor nos resultados do 2T22, segundo a XP

Publicado 19.07.2022, 15:35
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Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - Com a temporada de balanços do segundo trimestre começando, a XP (BVMF:XPBR31) espera que os balanços das empresas mostrem os reflexos de um cenário econômico mais desafiador, com inflação elevada e risco de recessão. Mas além disso, a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) também deve ganhar destaque entre os relatórios trimestrais das companhias.

A XP lembra que na metade do ano, muitas companhias atualizam seus Relatórios de Sustentabilidade com base em 2021, o que torna esta temporada de resultados como uma oportunidade para os players que ainda não fizeram o mesmo divulgarem dados relevantes e atuais sobre sua agenda ESG.

Confira o que a XP espera para os resultados de cada setor no 2T22. 

Açúcar e Álcool

Ao olhar para o segmento de açúcar e álcool, a XP explica que o cenário parece um pouco confuso, com o início de safra tardio e os rendimentos abaixo do esperado. Apesar dos preços do açúcar terem começado o período em alta, o aumento das exportações da Índia e a perspectiva de maior safra na Tailândia e Paquistão para o 2S22 reduziram a força do mercado.

Já do lado da demanda por açúcar e álcool, as preocupações de uma recessão global estão pesando sobre as commodities, provocando uma liquidação mesmo para setores onde a oferta ainda não é melhor, explica a XP. 

Olhando para o Brasil, o banco de investimentos aponta que caso o país não aumente a produção, a perspectiva entre Oferta e Demanda de açúcar deve continuar apertada. Já no caso do álcool, com a redução do ICMS sobre a gasolina, a tendência é que o preço da commodity caia para que a competitividade contra o combustível seja mantida.

Ainda assim, a XP destaca que com a precificação do carbono em R$ 200 por tonelada, a opção de vender etanol ao invés de açúcar precisa considerar um prêmio em torno de R$ 0,25 por litro em cima.

Grãos

A XP explica que neste mês, os futuros das commodities estão sendo negociados a preços menores, após um forte movimento de queda, parcialmente desencadeada por temores de uma recessão, mas também com fundos de hedge diminuindo suas posições compradas, levando a preços ainda menores. 

Essa redução nos valores faz com que algumas indústrias recuperem suas margens, como no caso das empresas de rações. Mas por causa dos efeitos climáticos, em especial o evento “La Niña” e a algumas safras perdidas no sul do Brasil, a maioria dos players provavelmente deve usar os preços mais baixos para estocarem e proteger posições de compra a prazo.

Já do lado dos produtores, além dos combustíveis mais caros, a guerra na Ucrânia também afetou os preços dos fertilizantes. Assim, por mais que a crise no leste europeu tenha um efeito positivo nas margens de 2023/24, a XP comenta que não é possível determinar como os custos se comportarão.

Outro aspecto que é positivo para esse segmento do agronegócio é a taxa de câmbio, que mantém os produtores competitivos nas exportações e ajuda a sustentar os preços.

Alimentos

A inflação elevada e persistente prejudica o poder de precificação das empresas de alimentos, dificultando a decisão entre aumentar os preços e manter os volumes, segundo a XP. 

Porém, com os preços das commodities caindo para abaixo das máximas recentes, o banco de investimentos espera que as pressões de custos sejam aliviadas durante o 2T22 e, portanto, representem um vento favorável para as margens das empresas de alimentos. 

Bancos

Para o setor de bancos, a XP espera por um robusto crescimento de crédito e ligeiro aumento da inadimplência, o que deve ser algo observado de perto pelo investidor. Além disso, a expectativa também por uma receita com prestação de serviços em recuperação e pelo consumo gradual do índice de cobertura.

Os juros mais elevados também devem ajudar as margens dos bancos, diante da reprecificação de crédito, especialmente em linhas relacionadas ao consumo e ao agronegócio. 

Apesar da maior concorrência trazida pelas fintechs, a receita com prestação de serviços deve continuar se beneficiando da retomada gradual da atividade econômica, com destaque para o segmento de cartões, na visão da XP.

Bebidas

Apesar da produção mais fraca, a XP espera que as vendas de bebidas sejam retomadas, principalmente no canal on-trade. Para junho, a projeção do banco é de alta de 8,2% na produção.

Além disso, a XP também destaca que os preços da cerveja, tanto no canal on-trade quanto no off-trade, continuaram abaixo do índice de inflação (IPCA) no trimestre, que aumentou 0,94% e 0,45% no período, respectivamente, enquanto o IPCA aumentou 2,2% no 2T22.

Construtoras

A XP acredita que o segmento de baixa renda deve continuar mostrando resiliência no 2T22, estimulado pelo programa Casa Verde e Amarela, pela demanda reprimida e pela capacidade de financiamento do FGTS. 

Do lado negativo, ainda há forte pressão de custos impactando a margem bruta e a geração de caixa dos players. Para a XP, as empresas que atuam na parte inferior do grupo 2 do programa do governo, devido à maior dificuldade em elevar os preços das unidades. 

Assim, o banco espera que as empresas focadas no topo do programa continuem apresentando margens brutas resilientes no 2T22, com maior capacidade de precificação.

Já para as construtoras focadas nas classes média e alta, a XP mantém uma posição neutra, sem destacar certa volatilidade no curto prazo, diante do avanço dos juros.

Educação

No segmento de educação superior, a XP explica que o 2T22 tende a refletir a captação do trimestre anterior, já que a maioria das matrículas são feitas no 1T22. Assim, o banco espera por um aumento nas receitas, após dados positivos do começo do ano. 

Elétricas e Saneamento

A distribuidoras podem apresentar ajustes de provisionamento para contingências relacionadas ao ICMS cobrado indevidamente sobre PIS e Cofins com mais de 10 anos de prazo, sendo Cemig (BVMF:CMIG4) e Copel (BVMF:CPLE6) as potencialmente mais afetadas, na visão da XP. 

Já as transmissoras e as companhias de saneamento devem ter resultados dentro do esperado, enquanto as geradoras tendem a aproveitar o momento positivo dos reservatórios, mesmo diante da redução da geração de energia eólica. 

Frigoríficos

Olhando especificamente para o segmento de carnes bovinas, no Brasil o aumento da oferta de gado e do abate representa menores custos para a indústria, já nos EUA, a queda na oferta acontece em meio ao aumento da demanda causado pelo verão. Assim, levando em conta os preços elevados no mercado interno e externo, isso tende a favorecer as margens das companhias. 

Para aves e suínos, as margens devem continuar se recuperando, uma vez que os preços das rações estão menores e a demanda continua aquecida.

Mineração e Siderurgia

Os preços elevados devem trazer resultados positivos para as companhias do setor, com maior produção, ajudando na diluição de custos fixos. 

Porém, a XP também destaca que as commodities metálicas, cuja demanda é fortemente relacionada a investimentos e bens de consumo, começaram a sentir os temores da recessão econômica, com os seus preços começando a cair. 

Além disso, empresas de Metais e Mineração devem começar a apresentar um aumento nos custos.

Papel e Celulose

A XP explica que as previsões para Papel e Celulose se assemelham às de Mineração e Siderurgia. Assim, os números do 2T22 devem ser positivos, com diluição dos custos fixos, mas com um aumento no custo de madeira e produtos químicos devido ao aumento dos combustíveis. 

Petróleo e Gás  

A disparada no preço do petróleo Brent deve trazer bons resultados para as empresas do setor, compensando o real fortalecido frente ao dólar. Ainda assim, a XP alerta aos investidores para que fiquem de olho nas teleconferências para avaliar o impacto da escalada da inflação global nos custos das empresas.

Saúde

O segmento de indústria farmacêutica pode continuar mostrando resiliência e crescimento sustentável, agora com alguma ajuda dos aumentos de preços aprovados pela CMED no início de maio, segundo a XP. 

Já para o segmento de saúde, a expectativa é que a utilização dos hospitais continue convergindo para o nível normalizado, auxiliando a recuperação de margens do segmento hospitalar e de diagnósticos, mas pressionando os custos médicos das operadoras. 

Além disso, os processos de fusões e aquisições continuam gradualmente, reduzindo seu peso nas margens.

Shoppings e Propriedades Comerciais

O setor de shopping deve continuar apresentando forte recuperação no 2T22, especialmente para portfólios dominantes e com maior exposição no segmento de alto padrão.

A XP espera que os números operacionais e financeiros acelerarem significativamente durante o trimestre, dada a redução progressiva dos descontos, o fluxo de veículos próximo aos níveis de 2019 e o controle sobre a inadimplência líquida e custos de ocupação.

Telecom

As empresas grandes de telecomunicações, como Tim (BVMF:TIMS3) e Vivo (BVMF:VIVT3), devem apresentar números sólidos, refletindo um cenário competitivo mais racional com a consolidação de mercado após a compra da Oi (BVMF:OIBR3) móvel, na visão da XP.

Já para outras empresas do setor de tecnologia, as receitas devem ser positivas, apesar do cenário macroeconômico desafiador, principalmente no nordeste. 

Varejo

A XP acredita que o setor de varejo deve apresentar resultados mistos, com a alta renda apresentando números acima do esperado, enquanto as empresas focadas nas classes baixa e média devem mostrar dificuldades ligadas à inflação, apesar da tendência de alta nas vendas.

No varejo alimentar, o destaque deve ficar para o atacarejo, com a retomada do segmento B2B e do carnaval fora de época. Já o e-commerce deve continuar sendo afetado pela recuperação do varejo físico e pela base de comparação desafiadora. 

 

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