Vendedores da Amazon estão estocando para enfrentar tarifas, mas isso é uma solução de curto prazo

Publicado 02.05.2025, 10:42
Atualizado 02.05.2025, 10:45
© Reuters. Caixas da Amazon em centro de Robbinsville, nos EUAn02/12/2024nREUTERS/Eduardo Munoz

Por Deborah Mary Sophia e Arriana McLymore

(Reuters) - A Amazon (NASDAQ:AMZN) tentou na quinta-feira amenizar as preocupações dos investidores sobre o impacto das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu negócio de comércio eletrônico, mas a empresa pode ter poucas opções para garantir que os pequenos vendedores terceirizados permaneçam firmes diante das taxas esmagadoras.

Trump impôs tarifas de 145% sobre as importações da China, uma medida que deixou empresas como Amazon, Walmart (NYSE:WMT) e Apple (NASDAQ:AAPL) em busca de reavaliar as cadeias de oferta e encontrar maneiras de manter os custos baixos.

A Amazon disse: "Ainda não vimos nenhuma atenuação da demanda", nem muito aumento nos preços médios de venda dos itens de varejo. Houve um "aumento das compras em algumas categorias", provavelmente indicando que os vendedores terceirizados estão estocando para mitigar qualquer impacto tarifário, disse.

Mas a estocagem é apenas um "curativo", disseram analistas. À medida que os consumidores intensificam as compras para evitar os impactos das tarifas, a empresa e seus vendedores podem ter dificuldades em evitar aumentos de preços nos próximos meses, à medida que esgotam os estoques e fazem novos pedidos.

"Não consigo imaginar que eles tenham estocado mais de seis meses de produtos", disse Gil Luria, analista da D.A. Davidson.

"Se passarmos dos próximos seis meses e ainda estivermos tão incertos como estamos, a Amazon terá que tomar medidas menos palatáveis. Ela terá que deixar passar alguns preços mais altos, assumir algumas margens mais baixas estruturalmente, ter que pressionar seus comerciantes a absorver margens mais baixas."

Para a Apple e a Amazon - e outras empresas, incluindo a Qualcomm (NASDAQ:QCOM), a Samsung (KS:005930) e a Intel (NASDAQ:INTC), que estão expostas aos consumidores comuns - as tarifas se tornaram a crise que poderia prejudicá-las em uma disputa contra as rivais Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Google (NASDAQ:GOOGL).

A fabricante do iPhone estimou na quinta-feira que as tarifas acrescentariam cerca de US$900 milhões em custos ao trimestre que termina em junho, se as taxas não mudarem. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, delineou grandes mudanças na cadeia de oferta da empresa.

O negócio de nuvem AWS, da Amazon, que impulsiona seus lucros, é geralmente um baluarte contra as oscilações em seu negócio de comércio eletrônico, mas o desempenho desse segmento no primeiro trimestre decepcionou Wall Street depois que o negócio de nuvem Azure, da Microsoft, superou as expectativas.

Os investidores tinham grandes expectativas em relação às empresas de nuvem, que foram reforçadas pelos resultados da Microsoft e do Google e aumentaram as expectativas em relação à Amazon, disse Will Rhind, presidente-executivo da GraniteShares, emissora global de ETFs.

"Mas ainda acho que esse é um ótimo negócio e que continua crescendo", disse ele.

Os problemas tarifários da Amazon se estendem a mais do que apenas as grandes tarifas.

Espera-se que o fim da isenção comercial que permite que mercadorias de baixo custo enviadas diretamente aos compradores entrem nos EUA sem impostos tenha um grande impacto em alguns dos vendedores terceirizados da empresa e em seu negócio Haul, que envia grande parte de suas mercadorias da China.

A retração já está começando a aparecer. Alguns vendedores já estão planejando ficar de fora de grandes eventos de vendas, como o Amazon Prime Day em julho, informou a Reuters.

O crescimento da receita dos serviços a vendedores terceirizados da Amazon desacelerou mais da metade, para 7% no primeiro trimestre, excluindo o impacto do câmbio. Os serviços a vendedores terceirizados respondem por quase 25% da receita da empresa.

E, embora a Amazon tenha previsto vendas totais para o segundo trimestre acima das estimativas de Wall Street, sua perspectiva de lucratividade ficou aquém.

O presidente-executivo da Amazon, Andy Jassy, disse em uma ligação com analistas que a empresa está trabalhando com seus vendedores para transferir os pedidos para os EUA com antecedência a fim de evitar mais tarifas sobre as mercadorias.

"Nossos vendedores terceirizados adiantaram uma série de itens para que tenham estoque aqui também... estamos incentivando isso porque estamos tentando manter os preços tão baixos quanto possível", disse Jassy.

Ele não disse se a Amazon está, de alguma forma, facilitando para que seus vendedores mantenham os custos baixos, ou se a empresa irá digerir parte do impacto por conta própria.

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