Investing.com – XP Investimentos ajustou para baixo sua estimativa para o índice Ibovespa, que é referência para a bolsa de valores brasileira. O alvo para os próximos doze meses foi reduzido de 155 mil pontos para 150 mil pontos diante de juros mais elevados, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta terça-feira, 01 de outubro. Às 14h (de Brasília), o Ibovespa subia 1,17%, a 133.362 pontos.
“Dado o cenário macro, especialmente o doméstico que continua pressionado, continuamos com um posicionamento cauteloso”, reforça a XP (BVMF:XPBR31).
Em setembro, ainda que a perspectiva global tenha sido sólida, as ações recuaram 3,1% em reais, segundo os estrategistas e analistas Fernando Ferreira, Jennie Li, Júlia Aquino e Felipe Veiga, que apontam ainda continuidade do cenário de prêmios de risco elevados.
“Enquanto os spreads de crédito estão perto de mínimas históricas, o prêmio de risco de ações estão perto das máximas. Isso representa uma oportunidade para investidores e as empresas acelerarem suas recompras de ações”, aponta a XP.
O crescimento de lucros demonstra solidez neste ano, mas os analistas alertam para riscos para 2025, em meio a um cenário de taxas de juros mais elevadas.
A XP estima aceleração no ritmo de alta na Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para 0,50 p.p. nas próximas reuniões. Segundo os especialistas, a taxa terminal é estimada em 12%, mas o viés é de alta.
Os analistas e estrategistas citam ainda a continuidade das preocupações com o cenário fiscal, após o governo anunciar revisão do valor bloqueado com a apresentação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. Agora, seguem dúvidas sobre a possibilidade de cumprimento do arcabouço fiscal.
“Essa combinação de juros maiores à frente e riscos fiscais levaram a um movimento de abertura em toda a sua extensão da curva de juros”, detalha a XP.
Por outro lado, no cenário externo, além do corte de juros no Fed, a XP cita como alívio as medidas de estímulos na economia chinesa, o que teria sido bem recebido pelo mercado. As medidas também auxiliam “na descompressão da curva de juros e do real”, conclui.