Por Eric Auchard
BARCELONA (Reuters) - A posição da Apple sobre privacidade ante a demanda do governo norte-americano para desbloquear um iPhone que pertencia a um dos atiradores de San Bernardino levantou perguntas difícies para os operadores de redes móveis mundiais.
Grandes executivos que estiveram presentes na reunião global da indústria de telecomunicações, que aconteceu esta semana em Barcelona, admitem que estão constantemente tentando encontrar um equilíbrio entre as expectativas e demandas de seus próprios usuários, reguladores governamentais e políticos.
O posição da Apple, que argumenta que o desbloqueio o iPhone violaria seus direitos de liberdade de expressão, trouxe questões sobre essas forças concorrentes à tona, expondo as lacunas nas próprias abordagens de algumas operadoras de telecomunicações.
"É muito complicado, não temos uma posição clara", disse o presidente-executivo da Vodafone (L:VOD), Vittorio Colao, adicionando que a operadora de telefonia móvel sediada no Reino Unido está em mais de 25 países e deve respeitar as leis de segurança em cada um deles e mais.
"Temos a privacidade e a salvaguarda de clientes como nosso valor número um... Eu entendo porque a Apple tem uma preocupação similar", disse ele.
No entanto, para outros é mais claro.
"Se eu entendo a posição da Apple? Não, honestamente é difícil para nós dizer que compartilhamos isso", disse o presidente-executivo da Orange, Stephane Richard, a jornalistas no evento de Barcelona.
Richard, que administra a maior operadora de telecomunicações da França, disse que aprecia a posição da Apple sobre a privacidade dos usuários, mas isso deve ser considerado em conjunto com a necessidade de serviços de segurança "para ter o número máximo de meios para pegar pessoas que têm más intenções".
(Por Eric Auchard; reportagem adicional por Paul Sandle e Harro ten Wolde)