Por Diane Bartz e Helen Coster
WASHINGTON (Reuters) - Lobistas do Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) e do Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) pressionaram contra a nova legislação dos EUA que visa ajudar as editoras de notícias e que as permite negociar coletivamente contra as empresas de tecnologia sobre a divisão da receita.
Parlamentares dos EUA apresentaram o plano ao Congresso na quarta-feira para resolver um desequilíbrio de poder percebido entre os meios de comunicação e os gigantes da tecnologia. Os críticos acusam as empresas de usar conteúdo para direcionar tráfego e receita de anúncios para suas plataformas sem compensar de forma justa os editores.
A medida aumenta a pressão sobre as empresas de tecnologia, que enfrentam processos antitruste e ameaça de mais regulação.
O Google, que não quis comentar a proposta, lançou um site na quinta-feira afirmando que é "um dos maiores apoiadores financeiros do jornalismo" em virtude da receita de anúncios e taxas de licenciamento de conteúdo que fornece à mídia. O Google disse que seu mecanismo de busca envia leitores para sites de editoras 24 bilhões de vezes por mês.
Também se opõem ao projeto de lei dois grupos da indústria de tecnologia aos quais o Facebook e o Google pertencem - a Computer & Communications Industry Association e a NetChoice.
O grupo se opôs a uma versão de 2019 da legislação e vê a proposta de negociação conjunta como uma forma de restringir a concorrência.
Carl Szabo, da NetChoice, disse que seu objetivo é eliminar o projeto de lei ou pelo menos convencer os parlamentares a alterá-lo para que se restrinja a publicações menores, excluindo veículos como o Washington Post ou o New York Times.
Alguns analistas dizem que o projeto pode beneficiar desproporcionalmente empresas de private equity e fundos de hedge que compraram cadeias de jornais de médio e grande porte. Jornais como o Chicago Tribune e o Miami Herald são controlados por empresas como Alden Global e Chatham Asset Management.
Recentemente, o Facebook lutou com a Austrália sobre quanto deveria pagar aos editores de notícias por seu conteúdo. Durante o embate, o Facebook bloqueou as páginas de notícias australianas e só as restaurou após o governo fazer concessões.
O Facebook não quis comentar sobre a nova lei dos EUA.
As plataformas de tecnologia parecem ter poucos amigos no Congresso, com democratas irritados com a desinformação online e os conservadores argumentando que suas opiniões são reprimidas.