O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que a Huawei não está apta a participar da rede privativa de comunicação do governo. Segundo ele, a fornecedora, que é líder no fornecimento de soluções 5G, tem sido excluída de redes governamentais em todo o mundo.
"Hoje a Huawei não está apta a participar da rede privativa do governo", disse, em audiência pública sobre o 5G na Câmara. "Já são vários os países que estão fazendo redes privativas e a Huawei não entrou em nenhum país até agora."
A construção de uma rede privativa para o governo é uma das obrigações previstas no leilão do 5G. Para fazer a rede, as teles deverão optar por fornecedores que atendam aos requisitos mínimos de segurança e padrões de governança corporativa exigidos no mercado acionário brasileiro, como compliance, transparência e visibilidade sobre as decisões da companhia. Não será obrigatório que as empresas tenham capital aberto.
Essas exigências levaram a interpretações de que essa alternativa evita um banimento mais amplo da Huawei nas redes do 5G que serão usadas para a população como um todo, como queriam as teles e a área econômica do governo, mas impede que equipamentos da fornecedora sejam usados para transportar informações do governo - como desejavam as alas militar e ideológica.
De acordo com o ministro, a restrição não afeta em nada a companhia chinesa, que não teria manifestado interesse em integrar essa rede segura nem em fazer adequações que permitissem essa participação. Faria disse que a finlandesa Nokia (HE:NOKIA) tem se especializado nesse tipo de solução para governos e foi a fornecedora escolhida pelos Estados Unidos. Ele disse ainda que a rede segura "não é para o governo Bolsonaro", mas para o País e para as próximas gestões também.