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Investing.com – Os analistas seguem repercutindo o último balanço trimestral da Nvidia (NASDAQ:NVDA) divulgado na noite de quarta-feira.
“A Nvidia sinaliza o fim da supremacia tecnológica dos EUA”, afirma Jean-Paul van Oudheusden, analista de mercados da eToro.
Segundo ele, o dado mais surpreendente do relatório foi o recuo da margem bruta, que caiu de 73% para 61%. “Essa margem teria sido de 71%, não fosse a exigência do governo dos EUA para que a Nvidia retivesse US$ 5,5 bilhões em chips já produzidos e destinados à China”, observa o analista.
O CEO Jensen Huang não escondeu sua insatisfação com a política comercial dos EUA. Ele alertou que as restrições impostas podem frear não apenas os negócios da Nvidia, mas também o protagonismo dos Estados Unidos no setor de tecnologia. A seguir, os principais trechos de suas declarações, que passaram a ser minuciosamente analisados pelo mercado.
“As restrições de exportação dos EUA erram o alvo”
Huang foi direto ao criticar as medidas do governo Biden, que segundo ele “praticamente fecharam” o mercado chinês de US$ 50 bilhões para a Nvidia. A consequência imediata foi a desvalorização de estoques não comercializáveis. Ele classificou a política como um “fracasso”, apontando a perda de participação da empresa em data centers na China.
“A China continuará desenvolvendo IA, com ou sem a nossa tecnologia”
O executivo enfatizou que o avanço da inteligência artificial na China independe do fornecimento de chips americanos. “Acreditar que a China não conseguirá desenvolver seus próprios semicondutores de IA é um equívoco evidente”, declarou, mencionando a capacidade produtiva do país e o talento de empresas como a Huawei.
“A plataforma que vencer na China dominará o mercado global”
Para Huang, a liderança no mercado chinês de IA será decisiva para a supremacia tecnológica mundial. Ele alertou que a proteção excessiva aos fabricantes locais pode fortalecer ainda mais a indústria chinesa e, com isso, comprometer a competitividade das plataformas americanas em um dos maiores mercados do mundo.
“As empresas chinesas têm vigor, ambição e apoio do governo”
O CEO acusou a política dos EUA de subestimar a força inovadora da China. Em sua avaliação, as restrições acabam estimulando o desenvolvimento de soluções alternativas pelas companhias chinesas, o que tende a enfraquecer a influência da Nvidia na região.
Segundo Josh Gilbert, também analista da eToro, a Nvidia está em posição financeira robusta: “Com o crescimento dos lucros, a companhia vem acumulando caixa — hoje em US$ 53,7 bilhões, contra US$ 31,4 bilhões há um ano. Essa reserva permite acelerar investimentos em P&D, sustentar sua liderança em IA e até devolver valor aos acionistas por meio de dividendos ou recompras.”
Gilbert observa ainda que, embora as restrições afetem diretamente as vendas na China, o Oriente Médio surge como um novo polo estratégico para a próxima etapa de expansão. “O boom da IA envolve muitos protagonistas, mas a Nvidia continua ditando o ritmo”, conclui.