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BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira esperar que algum dia ele possa se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ter uma conversa civilizada como dois chefes de Estado e aproveitou para revelar que enviou uma carta ao norte-americano convidando-o para a conferência climática da ONU COP30.
Na semana passada, em entrevista à Reuters, Lula havia dito que não iria telefonar para Trump para negociar a tarifa de 50%, mas para convidá-lo para a cúpula climática, que neste ano ocorrerá em Belém, em novembro.
"Eu espero que algum dia eu possa encontrar com o presidente Donald Trump e conversar como dois seres humanos civilizados, como dois chefes de Estado, como deve ser a relação entre dois chefes de Estado", disse Lula em entrevista à BandNews nesta terça-feira.
"Não é da parte do Brasil que você tem qualquer empecilho na relação com os Estados Unidos", acrescentou.
Na entrevista, Lula voltou a chamar de "ofensiva" a carta de Trump em que ele faz críticas ao sistema Judiciário e relaciona a tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros ao processo enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas ponderou que não tem a intenção de fazer "bravata" e que medirá as consequências de cada ação a ser tomada em relação a eventuais reciprocidades.
O presidente aproveitou para confirmar que vai assinar na quarta-feira uma medida provisória com uma linha de crédito de R$30 bilhões para empresas exportadoras afetadas pelo tarifaço de Trump.
O presidente disse ainda, na entrevista, que deve ligar para o presidente da França, Emmanuel Macron, para o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para falar sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
REGULAMENTAÇÃO
Na entrevista desta terça, Lula voltou a defender a regulamentação das chamadas Big Techs.
Um dos fatores que têm incomodado o governo Trump relacionado ao Poder Judiciário diz respeito justamente à abordagem em relação às plataformas e redes sociais, diante da exigência de que empresas em funcionamento no país sujeitem-se às regras e leis brasileiras.
O presidente adiantou que deve ter pronta na quarta-feira, em sua mesa, uma proposta do governo de regulamentação das redes e plataformas.
"Nós vamos regulamentar porque é preciso regulamentar. Porque é preciso criar o mínimo de comportamento, o mínimo de procedimento, um funcionamento de uma rede digital que fala com crianças, que fala com adultos, que fala com os velhos, e que muitas vezes ninguém assume a responsabilidade pelo conteúdo", declarou o presidente.
"A partir de amanhã a gente vai ter o texto final, aprovado pelo presidente da República, e mandar para ser aprovado no Congresso Nacional", disse Lula na entrevista.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello)