Por Michael Elkins
Funcionários da Tesla (NASDAQ:TSLA) que trabalham na fábrica de Xangai recorreram às redes sociais para reclamar que sofreriam cortes em seus bônus de desempenho e pedir que Elon Musk tomasse providências. Trata-se da mesma fábrica elogiada por Musk no ano passado, quando os funcionários trabalharam durante a madrugada para manter as operações da companhia durante o bloqueio econômico de dois meses imposto pelas autoridades devido à pandemia.
A medida ocorre no momento em que a Tesla reduz os preços dos seus veículos em vários mercados, inclusive na China, diante da queda da demanda, o que gerou preocupações com as margens de lucro da companhia, que são as maiores do segmento.
As postagens começaram a aparecer em fóruns na semana passada. Alguns recorreram ao Twitter para enviar mensagens ao bilionário.
"Por favor, preste atenção no bônus de desempenho dos trabalhadores da linha de produção na fábrica da Tesla em Xangai, que está sendo arbitrariamente reduzido", afirmou uma pessoa com o nome de usuário @AFeiywu no Twitter, em uma mensagem direcionada a Elon Musk e à unidade da Tesla na Ásia.
Outros dois trabalhadores da unidade, onde a companhia emprega cerca de 20.000 pessoas, disseram à Reuters que foram avisados do corte do bônus trimestral por seus supervisores no fim de semana, o qual está ligado ao desempenho da fábrica.
Segundo os colaboradores, seus superiores mencionaram um "incidente de segurança" quando questionados sobre os motivos do corte no bônus. Eles preferiram não ser identificados por medo de perderem seus empregos.
Aidan Chau, pesquisador do China Labour Bulletin, sediado em Hong Kong, disse que não é incomum que empresas penalizem os funcionários após um acidente de trabalho, mas geralmente isso ocorre em um bônus de segurança.
"Deduzir o bônus de desempenho, que deveria estar relacionado à produção dos trabalhadores e não tem nada a ver com a segurança do trabalho, é ainda mais injusto", a avaliação de Chau.
A Tesla irá divulgar os resultados do primeiro trimestre na quarta-feira. Um ponto importante que estará no foco dos investidores e analistas é o efeito dos cortes de preços sobre as margens da companhia.
As ações da TSLA subiam 1,25%, cotadas a US$ 187,31, às 11h20 de Brasília nesta segunda-feira, 17.