Por Geoffrey Smith
Investing.com – O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, aumentou a pressão internacional sobre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao dizer, nesta sexta-feira, que “agora não é hora de guerra”.
Os comentários da autoridade indiana, realizados nos bastidores de uma conferência regional de segurança na Ásia Central, ocorrem um dia após Putin reconhecer publicamente “preocupações” da China, sua maior aliada no cenário mundial.
Em um diálogo televisionado com Modi, Putin reconheceu, pela segunda vez em vários dias, a “preocupação” de um dos seus principais parceiros comerciais.
“Eu conheço sua posição sobre o conflito na Ucrânia, suas preocupações”, declarou Putin. “Faremos o máximo para encerrá-lo assim que possível”.
O mandatário russo culpou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, por se recusar a prosseguir com as tratativas de paz, preferindo perseguir com seus objetivos militares.
Zelenskyy repetiu sua determinação, nesta semana, de expulsar todas as forças russas do território ucraniano, inclusive dos territórios ocupados na invasão de 2014, um reflexo da confiança cada vez maior de Kiev, após um impressionante avanço, na semana passada, que recapturou uma grande parcela de território ao redor da cidade de Kharkiv e cortou uma rota de suprimentos para dezenas de milhares de tropas russas posicionadas mais ao sul.
O controle da Rússia na região sul da Ucrânia parecia estar se enfraquecendo, na sexta-feira, quando o exército e as forças especiais ucranianas atacaram administrações pró-Rússia nas regiões ocupadas.
Uma explosão provocada por uma bomba no edifício administrativo da autoproclamada República Popular de Luhansk, uma das duas regiões separatistas apoiadas pelo Kremlin desde 2014, matou o procurador-geral e seu vice. O centrou administrativo da província de Kherson, ocupado pela Rússia, também teria sido atingido por mísseis, que mataram uma autoridade e feriram várias outras. O vice-prefeito do porto de Berdyansk, usado por navios russos para reabastecer seu exército pelo Mar de Azov, teria sido morto por uma explosão à bomba.
A Ucrânia não reconheceu formalmente a responsabilidade por tais ataques, tampouco negou tê-los ordenado.
Enquanto isso, na região ao redor da cidade de Izyum, que foi retomada pelas forças ucranianas na semana passada, as autoridades revelaram o que alegam ser uma cova coletiva de pessoas mortas pelos russos durante sua ocupação. Testemunhas citadas pela Reuters afirmaram que o número de corpos era de cerca de 400, vários dos quais apresentavam sinais de execução.