Por Amanda Becker
WASHINGTON (Reuters) - Abalada por uma série de derrotas, a pré-candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton está testando uma nova linha de ataque contra seu adversário, Bernie Sanders, antes da primária do partido no Estado de Nova York: questionar com contundência suas credenciais e insinuar que ele carece de habilidade para implementar sua promessa de campanha de desmontar os grandes bancos.
Enquanto isso, uma nova pesquisa nacional de opinião divulgada nesta quinta-feira mostrou um apoio praticamente dividido, com 46 por cento apoiando Hillary e 47 por cento apoiando Sanders.
Entre as novas táticas, um Super PAC --grupo de arrecadação a candidatos sem filiação partidária-- que apóia Hillary fez circular comparações entre Sanders e o polêmico pré-candidato republicano Donald Trump.
O ataque em duas frentes, a menos de duas semanas das primárias em Nova York no dia 19 de abril, teve como foco a entrevista concedida por Sanders ao jornal New York Daily News muito concentrada em propostas de políticas a serem adotadas por ele.
O Super PAC 'Correct the Record' divulgou um apanhado de opiniões de especialistas que criticaram o que viram como gafes do senador de Vermont na entrevista, citando um que o chamou de "quase Trumpiano".
Em um e-mail aos apoiadores da ex-primeira-dama, um assessor de campanha de Hillary disse que "mesmo em seu tema preferido, que é desmantelar os bancos", Sanders foi "incapaz de responder perguntas básicas". O e-mail incluiu uma transcrição da entrevista completa.
"Se você vai ser um candidato de tema único, pelo menos conheça seu tema único", afirmou Brian Fallon, porta-voz da campanha de Hillary, no Twitter.
"Depois de ler a entrevista no New York Daily News hoje, fiquei com a sensação de que alguém deveria perguntar COMO depois de cada uma daquelas frases declarativas de Sanders", tuitou o porta-voz Jesse Ferguson na terça-feira.
Sanders fez da redução da desigualdade de renda e do desmonte dos bancos "grandes demais para quebrar" pontos centrais de sua plataforma presidencial, criticando Hillary por ter recebido dinheiro de bancos e a acusando de ser muito próxima da indústria financeira.
A escalada na tensão entre os dois pré-candidatos, que passaram meses evitando criticar um ao outro abertamente, aconteceu depois de Sanders vencer no Wisconsin na terça-feira, acumulando seis vitórias nas sete últimas primárias na corrida pela indicação democrata.
Sanders continua atrás de Hillary no número de delegados que necessários para garantir a indicação antes da convenção do partido em julho na Filadélfia.
Hillary vê Nova York, Estado que representou como senadora durante oito anos, como sua casa, e a sede de sua campanha se encontra ali.
Sanders, hoje senador do Vermont, lembrou os eleitores que nasceu e cresceu em Nova York.
"Vejam, acho que conheço o Estado muito melhor. Tenho muita experiência recente", afirmou Hillary à rede CNN na quarta-feira.