Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse no domingo que concedeu indulto ao filho, Hunter Biden, em uma reviravolta depois de se comprometer a ficar fora dos processos legais contra Hunter, que se declarou culpado de violações fiscais e foi condenado por acusações relacionadas a armas de fogo.
"Hoje, assinei um perdão para meu filho Hunter. Desde o dia em que assumi o cargo, eu disse que não iria interferir na tomada de decisões do Departamento de Justiça e mantive minha palavra, mesmo quando vi meu filho ser seletiva e injustamente processado", afirmou o presidente em um comunicado.
A Casa Branca havia dito repetidamente que Biden não perdoaria ou comutaria as sentenças de Hunter, um viciado em drogas em recuperação que se tornou alvo dos republicanos, incluindo o presidente eleito Donald Trump.
Em comunicado divulgado pouco antes de partir para uma viagem à África, Biden disse que qualquer "pessoa razoável" que analise os fatos dos processos de Hunter chega à conclusão de que "Hunter foi escolhido apenas porque é meu filho".
A concessão de clemência informa que Biden concedeu "um perdão total e incondicional" a Hunter Biden por quaisquer violações em um período de 1º de janeiro de 2014 a 1º de dezembro de 2024.
Hunter Biden seria sentenciado por declarações falsas e condenações por porte de arma neste mês. Em setembro, ele se declarou culpado de acusações federais de não pagar 1,4 milhão de dólares em impostos enquanto gastava generosamente com drogas, profissionais do sexo e itens de luxo. Sua sentença para esse caso estava marcada para 16 de dezembro.
"Admiti e assumi a responsabilidade por meus erros durante os dias mais sombrios do meu vício - erros que foram explorados para humilhar e envergonhar publicamente a mim e a minha família por esporte político", disse Hunter Biden em uma declaração no domingo, acrescentando que ele permanece sóbrio por mais de cinco anos.
Os republicanos criticaram a decisão do presidente.
"O perdão dado por Joe a Hunter inclui os reféns J-6, que estão presos há anos? Isso é um abuso e um erro judiciário!", disse Trump em uma postagem em seu site Truth Social, referindo-se aos condenados por invadir o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, depois que Trump afirmou falsamente que havia vencido a eleição de 2020.