Dados alfandegários obtidos pela Reuters mostram que US$ 2,3 bilhões em notas de dólar e euro entraram na Rússia desde o início das sanções norte-americanas e europeias em março de 2022.
Os dados indicam que a Rússia conseguiu contornar as sanções econômicas que bloqueavam a transferência de dinheiro em espécie.
O dinheiro teria sido transportado para a Rússia por meio de países como a Turquia e os Emirados Árabes. Entretanto, o país de origem de grande parte dos valores monetários não foi declarado nos registros.
Outras moedas como o yuan (China) continuaram a circular na Rússia, porém segundo Dmitry Polevoy, chefe de investimentos da Astra Asset Management na Rússia, muitos russos ainda querem a moeda estrangeira para realizar algumas operações comerciais. “Para os indivíduos, o dólar ainda é uma moeda confiável”, disse ele à Reuters.
Ainda segundo os registros alfandegários, grande parte dos US$ 2,3 bilhões foram importados por bancos como parte do pagamento a empresas de armas russa e companhias de metais preciosos. Diversas corporações russas precisaram contornar as sanções para completar transações de transferência.
O relatório também demonstra um aumento na retirada de recursos pouco antes da invasão russa à Ucrânia. Para o líder do grupo de comércio internacional Buchanan Ingersoll & Rooney, Daniel Pickard, o maior saque de dinheiro seria uma proteção dos russos contra possíveis bloqueios de outros países.
“Enquanto os EUA e seus aliados aprenderam a importância da ação coletiva para maximizar as consequências econômicas, a Rússia vem aprendendo como evitar e mitigar essas mesmas consequências”, disse Pickard.