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Por Lucinda Elliott e Monica Machicao
LA PAZ (Reuters) - Eleitores da Bolívia vão às urnas neste domingo para uma eleição presidencial que tem sido ofuscada pela inflação, que atingiu o maior nível em quatro décadas, e pela ausência do ex-presidente esquerdista Evo Morales, que está impedido de concorrer.
Na liderança da disputa estão os candidatos conservadores de oposição Samuel Doria Medina, um magnata, e o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga, mas nenhum deles conta com mais de 30% de apoio, segundo as pesquisas de opinião, com cerca de 25% dos bolivianos ainda indecisos.
A disputa marca a primeira vez em quase duas décadas que as pesquisas indicam que o governista Movimento ao Socialismo, ou MAS, pode ser derrotado. O apoio aos candidatos afiliados ao MAS e a outros candidatos de esquerda está atrás da oposição, totalizando cerca de 10%, de acordo com uma pesquisa.
Se nenhum candidato obtiver mais de 40% de apoio com uma vantagem de 10 pontos percentuais, a eleição irá para o segundo turno em 19 de outubro.
Morales, que foi cofundador do MAS e governou o país de 2006 a 2019 sob sua bandeira, foi impedido de concorrer a outro mandato como presidente.
As urnas abriram neste domingo às 8h (9h no horário de Brasília), e fecham às 16h, com resultados iniciais previstos para depois das 21h.
Os resultados oficiais completos serão divulgados em sete dias. Os eleitores também elegerão todos os 26 senadores e 130 deputados, e as autoridades assumirão seus cargos em 8 de novembro.
A frágil economia da Bolívia é a principal preocupação dos eleitores. Os aumentos de preços ultrapassaram outros países latino-americanos neste ano, e o combustível e os dólares estão escassos.
A inflação anual dobrou para 23% em junho, ante 12% em janeiro, e alguns bolivianos estão recorrendo às criptomoedas como proteção.
Muitos bolivianos, especialmente aqueles que trabalham na economia informal, agora estão lutando para sobreviver, disse o economista Roger Lopez.
"Os preços da cesta básica de alimentos estão subindo rapidamente", disse Lopez. "De repente, a matemática não faz mais sentido."
Eles podem optar por punir o MAS neste domingo, criando uma janela de oportunidade para o centro, a direita ou uma facção de esquerda liderada pelo presidente do Senado, Andrónico Rodríguez.
"A cada ano a situação piora com esse governo", disse Silvia Morales, de 30 anos, que trabalha no varejo. Ex-eleitora do MAS, ela disse que, desta vez, votará em um partido de centro-direita.
Quiroga tem prometido uma "mudança radical" para reverter o que ele chama de "20 anos perdidos" sob o governo do MAS. Ele apoia cortes profundos nos gastos públicos e um afastamento das alianças com Venezuela, Cuba e Nicarágua. Quiroga foi presidente por um ano entre 2001 e 2002, depois que o então líder renunciou.
Doria Medina, por sua vez, oferece uma abordagem mais moderada, comprometendo-se a estabilizar a economia em 100 dias.
Na esquerda, a votação está dividida entre o candidato oficial do partido MAS, Eduardo del Castillo, que é apoiado pelo presidente cessante Luis Arce, e Rodríguez, que se distanciou do partido e está concorrendo com sua própria chapa.
Morales, de 69 anos, tem pedido um boicote à eleição, mas analistas disseram que sua influência está diminuindo.