PEQUIM (Reuters) - A gigante chinesa de veículos elétricos BYD adicionou nesta a quarta-feira lenha à fogueira de uma brutal guerra de preços na China ao reduzir o preço do seu carro mais barato, o Seagull, em 5%.
O Seagull, um carro compacto, custará agora a partir de 69.800 iuanes (9.700 dólares).
A BYD se tornou uma concorrente implacável na guerra de preços que a Tesla (NASDAQ:TSLA) começou no maior mercado automotivo do mundo no ano passado. Essa postura agressiva ajudou a empresa a destronar a sua rival norte-americana como o maior vendedor mundial de veículos elétricos, mesmo que a maioria dos carros da BYD sejam vendidos na China.
Este ano, adotou numa série de reduções de preços – incluindo uma queda de quase 12% para o crossover Yuan Plus, o seu carro mais vendido conhecido como Atto 3 nos mercados internacionais. As reduções de preços foram mais profundas do que as dos rivais e num maior número de modelos.
Em um contexto de crescimento desigual da segunda maior economia do mundo, as vendas (incluindo exportações) de veículos de novas energias, como veículos elétricos com bateria pura e híbridos plug-in, deverão aumentar 13%, para 11,5 milhões de unidades, este ano. Isso é nitidamente mais lento do que o salto de 38% no crescimento para 2023.
Outras montadoras que lançaram novos cortes de preços este ano incluem Tesla, Geely Auto, GAC Aion, Leapmotor e Xpeng (NYSE:XPEV).
A BYD provavelmente oferecerá mais descontos até 2024, disse Shi Ji, analista do China Merchants Bank International em Hong Kong, acrescentando que isso pressionará a margem bruta da marca, mas o problema poderá ser parcialmente compensado por cortes de custos por parte dos fornecedores.
As margens de lucro bruto da montadora apoiada por Warren Buffett têm se mantido razoavelmente boas até o momento. Ela registrou uma margem de 22% no terceiro trimestre, acima dos 18,7% no segundo trimestre, segundo cálculos da Reuters.
A BYD também tem expandido agressivamente a sua presença no exterior. Está, por exemplo, liderando um impulso chinês de veículos elétricos na Austrália e iniciou a construção de um complexo fabril no Brasil.
(Reportagem de Qiaoyi Li, Zhang Yan e Brenda Goh)