Por Rosalba O'Brien e Felipe Iturrieta
SANTIAGO (Reuters) - O desenvolvimento do cargueiro militar KC-390 da Embraer (SA:EMBR3) está progredindo conforme o cronograma, disse um executivo da empresa, embora tenha sugerido que um atraso no ano passado incomodou alguns potenciais clientes.
A aeronave tem sido desenvolvida pela Embraer como um desafio direto à Hercules, da Lockheed Martin (NYSE:LMT), prometendo um jato que voa mais alto, mais cheio e mais rápido a um preço menor.
Mas no ano passado, em meio à recessão da economia brasileira, cortes nos gastos do governo forçaram a Embraer a atrasar o desenvolvimento do avião. A fabricante disse que iria entregar sua primeira encomenda à Força Aérea Brasileira em 2018 em vez de 2016.
"Não há conversas sobre outro atraso hoje", disse o presidente-executivo do braço de defesa da Embraer, Jackson Schneider, à Reuters em evento de aviação no Chile na terça-feira.
"Fizemos mais de 150 horas de voos, o segundo protótipo deve voar em duas ou três semanas", afirmou, acrescentando que a certificação deve ocorrer "em direção ao fim de 2017".
A Embraer tem 28 contratos para entregar o KC-390 para o Brasil e 32 cartas de intenção com outros países, incluindo Chile, Portugal e Argentina. A companhia também está em conversas avançadas com alguns outros países que ainda não anunciaram uma intenção de comprar a aeronave, disse Schneider, sem nomeá-los.
Schneider disse que a Embraer mantém uma imagem positiva no exterior apesar da atual agitação econômica e política do Brasil, mas sugeriu que o atraso do KC-390 afetou potenciais clientes.
"Claro que quando há um atraso de um ano, algumas questões serão discutidas, mas não é um avião feito para um ano, e sim para muitos", disse.
"Talvez uma oportunidade específica que teria precisado de uma entrega em 2017, isso foi perdido, mas estamos olhando no longo prazo".