Por David Brunnstrom e Patricia Zengerle e Mike Stone
WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca está levando adiante três vendas de armamentos avançados a Taiwan, e nos últimos dias enviou uma notificação dos acordos ao Congresso pedindo sua aprovação, disseram cinco fontes na segunda-feira, enquanto a China ameaça retaliar.
A medida adotada perto da eleição norte-americana de 3 de novembro, e noticiada primeiro pela Reuters, provavelmente irritará a China, que considera Taiwan uma província rebelde que prometeu reintegrar ao seu território continental, inclusive à força, se necessário.
Em setembro, a Reuters noticiou que até sete grandes sistemas de armas estão avançando no processo de exportação dos Estados Unidos à medida que o governo Trump intensifica a pressão sore a China.
Líderes dos comitês de Relações Exteriores do Senado e da Câmara dos Deputados foram notificados de que três das vendas de armas em planejamento foram aprovadas pelo Departamento de Estado, que supervisiona as vendas militares ao exterior, disseram as fontes, que estão a par da situação, mas não quiseram se identificar.
As notificações informais dizem respeito a um lançador móvel de foguetes fabricado pela Lockheed Martin (NYSE:LMT) Corp, a um sistema de mísseis ar-terra de longo alcance da Boeing Co (NYSE:BA) e a módulos de sensores externos para caças F-16 que permitem a transmissão de imagens e dados da aeronave para estações terrestres em tempo real.
As notificações de venda de outros sistemas de armas, incluindo drones sofisticados de grande porte, mísseis anti-navio terrestres Harpoon e minas subterrâneas para deter desembarques anfíbios, ainda não foram encaminhadas ao Capitólio, mas devem chegar em breve, segundo as fontes.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse: "Via de regra, os Estados Unidos não confirmam ou comentam vendas ou transferências de defesa propostas até serem notificadas formalmente ao Congresso."
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, disse que as vendas de armas dos EUA a Taiwan prejudicam gravemente a soberania e os interesses de segurança da China, exortando Washington a reconhecer claramente o dano que causam e a cancelá-las imediatamente.
"A China dará uma resposta legítima e necessária de acordo com a maneira como a situação se desenvolver", disse Zhao aos repórteres em Pequim, sem entrar em detalhes.
Os comitês de Relações Exteriores do Senado e da Câmara têm o direito de analisar e impedir vendas de armas submetidas a um processo de análise informal antes de o Departamento de Estado enviar sua notificação formal ao Legislativo.
(Reportagem adicional de Ben Blanchard em Taipé e Yew Lun Tian em Pequim)