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Chance de cessar-fogo na Faixa de Gaza diminui, mas EUA ainda mantêm esperança

Publicado 20.09.2024, 17:13
© Reuters. Veículos militares israelenses passam pelo corredor Philadelphi no sul de Gazan13/09/2024nREUTERS/Amir Cohen

Por Trevor Hunnicutt e Matt Spetalnick e Humeyra Pamuk

WASHINGTON (Reuters) - Autoridades dos Estados Unidos não desistiram de obter um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e de troca de reféns, mas estão crescentemente pessimistas de que um avanço nas negociações possa ocorrer em qualquer momento no futuro próximo, disseram fontes e autoridades com conhecimento do assunto.   

Na quinta-feira, o jornal The Wall Street Journal revelou que autoridades dos EUA estão reconhecendo em privado que um acordo pode não ser obtido antes do término do mandato do presidente Joe Biden, em janeiro.   

Mesmo reconhecendo as perspectivas menos otimistas, várias autoridades norte-americanas disseram que essa não é uma avaliação compartilhada por todo governo.   

“Eu não descarto”, afirmou uma das autoridades, quando perguntada se um acordo pode ser obtido antes do fim do mandato de Biden, dizendo que o governo continua trabalhando para construir as pontes faltantes para selar o pacto. “Mas isso não significa que conseguiremos também.”   

Desde agosto, autoridades norte-americanas, incluindo o secretário de Estado, Antony Blinken, elevaram as expectativas para que uma trégua fosse obtida, dizendo que 90% do acordo estava selado e que as partes estavam trabalhando para aplicar os poucos desentendimentos ainda reinantes.   

Mas mudanças nas exigências de Israel e Hamas têm repetidamente contido os esforços para a obtenção de um acordo que encerre quase um ano de sangrentos conflitos. Essas modificações têm causado grande frustração em autoridades do governo Biden, afirmou uma das fontes próximas aos acontecimentos.   

A perspectiva de uma resolução rápida parece cada vez menor, especialmente depois de um ataque sem precedentes contra o Hezbollah nesta semana, quando pagers e rádios usados pelos membros do grupo explodiram, matando 37 pessoas e ferindo milhares.   

Nesta sexta-feira, Israel matou um comandante do Hezbollah -- que é apoiado pelo Irã e tem sede no Líbano -- em um ataque aéreo nos subúrbios de Beirute.   

“Nós não parecemos estar particularmente perto (de fechar um acordo) neste momento”, afirmou uma autoridade do governo.   

Com os negociadores tentando concretizar o acordo, ainda há dúvidas sobre se Israel e Hamas estão realmente comprometidos em fechá-lo. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, impôs em julho novas exigências para a proposta. O Hamas fez o mesmo em relação aos prisioneiros que está pedindo para libertar.   

“A guerra evoluiu de inúmeras formas diferentes, e as condições em solo mudaram de várias formas, e as perspectivas para os dois lados mudaram, com o conflito e a violência avançando”, afirmou o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby. 

Os EUA querem que Israel e Hamas ajam com maior urgência antes de o conflito paralelo entre israelenses e o Hezbollah aumentar de patamar, sugando mais do oxigênio diplomático da região, afirmou uma das fontes.   

Quando perguntado sobre se a perspetiva de chegar a um acordo ainda é realista, Biden afirmou que não vai desistir.   

“Se eu tivesse dito que não era realista, eu poderia deixar as negociações. Muitas coisas não parecem realistas até você conseguir fazer. Temos que insistir nisso”, afirmou.   

(Reportagem adicional de Andrea Shalal e Jonathan Landay)

© Reuters. Veículos militares israelenses passam pelo corredor Philadelphi no sul de Gaza
13/09/2024
REUTERS/Amir Cohen

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