Columbia pune dezenas de estudantes por protestos pró-palestinos

Publicado 22.07.2025, 20:47
Atualizado 22.07.2025, 20:50
© Reuters. Membros do corpo docente e funcionários protestam contra as políticas da universidade no campus da Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, EUAn06/06/2025nREUTERS/Ryan Murphy

Por Kanishka Singh

WASHINGTON (Reuters) - A Universidade de Columbia disse nesta terça-feira que está disciplinando dezenas de estudantes que tomaram parte da biblioteca principal da escola durante uma manifestação pró-palestinos no início de maio que levou a diversas prisões.

Após o protesto, a universidade iniciou uma investigação sobre violações das regras, proibiu a entrada dos participantes no campus e os colocou em suspensão provisória. As determinações finais foram emitidas pela instituição nesta terça-feira.

A Columbia disse em um comunicado que as sanções incluem suspensões que variam de um a três anos, revogação de diplomas e expulsões. 

"As perturbações das atividades acadêmicas violam as políticas e regras da universidade, e tais violações necessariamente vão gerar consequências", disse a universidade no comunicado que anunciou as ações.

O presidente Donald Trump tem como alvo universidades como a Columbia desde que retornou à Casa Branca em janeiro motivado pelo movimento de protesto estudantil pró-palestino que agitou os campi no ano passado.

O Columbia for Palestine, grupo pró-palestino da universidade, disse nesta terça-feira que 80 estudantes foram informados sobre suas punições na véspera.

Segundo o grupo, a ação disciplinar marcou "o maior número de suspensões por um único protesto político na história do campus de Columbia" e excedeu as ações disciplinares anteriores anunciadas contra pessoas por outros protestos.

Em março, o governo Trump disse que estava penalizando a universidade pela forma como ela lidou com os protestos pró-palestinos do ano passado, cancelando centenas de milhões de dólares em bolsas de pesquisa. O governo alegou que a resposta da Columbia ao suposto antissemitismo e ao assédio de membros judeus e israelenses da comunidade universitária foi insuficiente.

Após o governo anunciar os cancelamentos de verbas, a instituição de ensino anunciou uma série de compromissos em resposta às preocupações da administração.

"Apoiamos a liberdade de expressão", disse a universidade em uma declaração na época. "Mas manifestações e outras atividades de protesto que ocorrem dentro de prédios acadêmicos e locais onde ocorrem atividades acadêmicas representam um impedimento direto à manutenção de nossa missão acadêmica principal."

Os manifestantes, incluindo alguns grupos judeus, dizem que o governo Trump confundiu erroneamente suas críticas ao ataque militar de Israel em Gaza com antissemitismo e sua defesa dos direitos palestinos com apoio ao extremismo.

A devastadora campanha militar de Israel em Gaza ocorreu após um ataque mortal a Israel em outubro de 2023 pelo Hamas, organização militante que governava Gaza.

Na semana passada, a Columbia adotou uma definição controversa de antissemitismo que o equipara à oposição ao sionismo. A universidade também disse que não se envolveria mais com o grupo pró-palestino Columbia University Apartheid Divest.

O governo também tentou usar a estratégia do financiamento federal com outras instituições educacionais, incluindo a Universidade de Harvard, por causa dos protestos no campus. Também tentou deportar alguns estudantes estrangeiros pró-palestinos, mas enfrentou bloqueios judiciais.

Defensores dos direitos humanos levantaram preocupações sobre o devido processo legal, a liberdade acadêmica e a liberdade de expressão em relação às ações do governo.

(Reportagem de Kanishka Singh, em Washington, e Maria Tsvetkova, em Nova York)

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