PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Pelo menos cinco crianças haitianas foram mortas ou feridas por semana até agora em 2024, disse a organização beneficente Save the Children nesta terça-feira, pedindo às Nações Unidas e às forças de segurança que façam mais para proteger os menores do fogo cruzado e da violência das gangues.
Em 2022, o Haiti solicitou uma missão de segurança para ajudar sua polícia com poucos recursos a combater as gangues violentas que tomaram conta da maior parte da capital, com assassinatos indiscriminados, estupros coletivos, extorsão e recrutamento de menores para suas fileiras.
O progresso, no entanto, tem sido lento e até o momento apenas 400 policiais quenianos mandatados para liderar uma missão ratificada pela ONU, foram enviados ao Haiti. Os países estão demorando para cumprir promessas de fundos, pessoal e caminhões blindados.
Citando dados da ONU, a Save the Children disse que pelo menos 131 crianças foram mortas ou feridas nos primeiros seis meses de 2024, muitas vezes devido a balas perdidas ou represálias por apoiarem gangues rivais ou a polícia, e afirmou que os números reais provavelmente são muito maiores.
"Por trás desses números horríveis estão crianças reais que foram gravemente feridas ou mortas", disse Chantal Sylvie Imbeault, diretora da instituição de caridade no Haiti.
"Bairros inteiros foram incendiados, sequestros e agressões sexuais estão desenfreados e as crianças estão sendo diretamente visadas ou pegas no fogo cruzado."
A Save the Children pediu ao Conselho de Segurança da ONU que "acabe com a impunidade" daqueles que cometem abusos contra crianças e as recrutam para gangues, e apelou a "todas as partes no Haiti que permitam a passagem imediata, sustentada e desimpedida da ajuda humanitária".
(Reportagem de Harold Isaac e Sarah Morland)