PYEONGCHANG, Coreia do Sul (Reuters) - A Olimpíada de Inverno teve início com uma cerimônia vívida e colorida de fogo e gelo na Coreia do Sul nesta sexta-feira, e a diplomacia foi igualmente coreografada no estádio onde líderes de nações que são inimigas declaradas se sentaram juntos.
A Coreia do Sul, que está usando os Jogos de Pyeongchang para se aproximar da Coreia do Norte, colocou seu presidente ao lado do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, com dois dos funcionários norte-coreanos mais graduados na fileira de trás.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que quer capitalizar o espírito olímpico para abrir caminho para conversas sobre o programa nuclear e de mísseis de Pyongyang, apertou a mão da irmã do líder norte-coreano, Kim Jong Un, e também do chefe de Estado nominal do país vizinho.
Seul ainda está tecnicamente em guerra com a Coreia do Norte, já que a Guerra da Coreia de 1950-53 terminou apenas em uma trégua, e os EUA e Pyongyang trocaram ameaças nucleares recentemente.
Sublinhando os esforços de Moon para se reengajar com o vizinho do norte, a cerimônia de abertura teve como enredo a história de crianças que perambulam por uma paisagem mítica e enevoada e descobrem um mundo onde as pessoas vivem em paz e harmonia.
A Olimpíada está causando algum alívio após anos de relações tensas entre Seul e Pyongyang, embora poucas horas antes da cerimônia centenas de manifestantes anti-Coreia do Norte tenham enfrentado a polícia diante do estádio, queimando bandeiras norte-coreanas e fotos de seu líder.
O fevereiro gelado da Coreia do Sul, onde as temperaturas chegaram a 20 graus Celsius negativos de noite, foi um choque para atletas e visitantes na véspera do evento, causando temores de hipotermia na cerimônia de abertura.
O clima ficou um pouco mais ameno do que o previsto nesta sexta-feira, mas mesmo assim os espectadores procuravam ficar próximos dos aquecedores, segurando bolsas quentes e tomando sopa de peixe com purê de batata fumegante para afugentar o frio.
Protegida por uma echarpe, uma máscara e um chapéu de lã, com bolsas quentes enfiadas no cobertor de joelho, Shin Hye-sook, de 60 anos, disse que ela e suas três colegas estavam conseguindo aguentar o frio.
"Não tem problema, a menos que o vento sopre. Estamos sentadas o mais próximo possível e tentando não nos mexer muito para poupar nossa energia".
(Por Peter Rutherford; Reportagem adicional de James Pearson (LON:PSON), Hyunjoo Jin e Jane Chung)