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Por Simon Lewis e David Brunnstrom
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Estado dos Estados Unidos colocou o Brasil e a África do Sul em uma lista de observação de tráfico de pessoas nesta segunda-feira, citando o que considerou falhas dos países em demonstrar progresso no quesito.
O relatório anual sobre Tráfico de Pessoas avalia os esforços para combater o trabalho forçado, o tráfico sexual e outras formas de escravidão moderna em todo o mundo.
O relatório foi publicado nesta segunda-feira, quase três meses após a data prevista para ser entregue ao Congresso, e depois de a maior parte da equipe que o prepara ser demitida.
Brasil e África do Sul foram transferidos para a "Lista de Observação de Nível 2" do relatório, o que significa que eles devem demonstrar mais esforços em relação à questão ou enfrentarão possíveis sanções dos EUA.
Tanto para a África do Sul quanto para o Brasil, o relatório observou esforços significativos em relação ao tráfico de pessoas, mas avaliou que eles não foram suficientes.
O relatório sustenta que o governo brasileiro iniciou menos investigações e processos do que nos anos anteriores, e que os tribunais registraram menos condenações iniciais por tráfico.
O presidente Donald Trump, um republicano, impôs tarifas a produtos brasileiros importados pelos EUA, restrições de visto a autoridades e sanções financeiras em resposta ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em relação à África do Sul, o relatório reconhece que "os esforços significativos incluíram o lançamento da primeira equipe de trabalho subprovincial do país e a condenação de mais traficantes".
"Entretanto, o governo identificou menos vítimas, investigou menos casos e iniciou menos processos", diz o documento.
Trump acusou a África do Sul, sem provas, de perseguir sua minoria branca. Ele também lançou um programa de refugiados para sul-africanos brancos e impôs tarifas pesadas ao país.
"O tráfico de pessoas é um crime horrível e devastador que também enriquece organizações criminosas transnacionais e regimes imorais e antiamericanos", disse o secretário de Estado, Marco Rubio, em um comunicado, que não discutiu as classificações específicas de cada país.
"O governo Trump se dedica a defender os valores americanos, proteger os trabalhadores americanos e defender nossas comunidades."
Nos anos anteriores, funcionários do Departamento de Estado respondiam dúvidas dos jornalistas sobre o relatório, mas neste ano ninguém foi disponibilizado.
No início deste mês, parlamentares democratas levantaram preocupações sobre o atraso na divulgação do relatório.
O subsecretário de Estado para Gestão e Recursos, Michael Rigas, afirmou em depoimento ao Congresso em julho que a equipe do Escritório de Monitoramento e Combate ao Tráfico de Pessoas, responsável pelo relatório, foi reduzida em 71%, após cortes do Departamento de Estado de 1.300 funcionários no início deste ano.
Questionado pela parlamentar Sarah McBride sobre a redução, Rigas defendeu os cortes dizendo que aqueles demitidos estavam envolvidos principalmente na redação de relatórios.
(Reportagem de Simon Lewis e David Brunnstrom em Washington)