Por Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos apresentaram acusações criminais contra quatro autoridades do governo russo nesta quinta-feira, dizendo que eles participaram de duas grandes campanhas de hackers entre 2012 e 2018 que visaram o setor global de energia e causaram impacto em milhares de computadores em 135 países.
Em um indiciamento de junho de 2021 agora liberado ao público, o Departamento de Justiça acusou Evgeny Viktorovich Gladkikh, funcionário do instituto de pesquisa do Ministério da Defesa da Rússia, de conspirar com outros em 2017 para hackear os sistemas de uma refinaria estrangeira e instalar um malware, conhecido como "Triton", em um sistema de segurança produzido pela Schneider Electric (PA:SCHN).
Num segundo indiciamento, de agosto de 2021, o Departamento de Justiça disse que outros supostos hackers do serviço federal de segurança da Rússia fizeram ataques cibernéticos contra redes de computadores de empresas de petróleo e gás, usinas nucleares e concessionárias de transmissão de energia no mundo inteiro.
Os acusados neste caso são Pavel Aleksandrovich Akulov, Mikhail Mikhailovich Gavrilov e Marat Valeryevich Tyukov.
O ataque de 2017 chocou a comunidade de ciberssegurança porque, diferente de intrusões digitais típicas que buscam roubar dados ou sequestrá-los em busca de compensação, aquele mirava causar danos físicos à própria instalação ao desativar seu sistema de segurança.
Uma autoridade do FBI disse nesta quinta-feira que esses casos sublinham a ameaça contínua das operações cibernéticas da Rússia e pediu que empresas fechem suas portas cibernéticas.
(Reportagem de Sarah N. Lynch)