Dólar afunda no exterior após dados decepcionantes de emprego nos EUA
(Reuters) -As ações da Ambev (BVMF:ABEV3) lideravam as quedas na bolsa paulista nesta quinta-feira após a empresa publicar crescimento no lucro no segundo trimestre, mas com queda nos volumes de venda.
Por volta de 12h35, a ação caía 5,4%, a R$12,45, sendo a pior performance do índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, que cedia 0,54%.
O grupo cervejeiro teve lucro líquido de R$2,79 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 13,8% sobre o desempenho de um ano antes, impulsionado em parte por melhoria no resultado operacional.
A expansão do lucro da cervejaria veio apesar de queda de 4,5% no volume de vendas devido ao que citou como efeito negativo de baixas temperaturas durante ocasiões importantes de consumo no período.
Segundo Georgia Jorge, analista da BB Investimentos, o incremento de rentabilidade foi prejudicado pela retração de volumes, em especial no segmento cerveja Brasil.
"Sentimos que o volume vendido deixou a desejar e trouxe um ponto de atenção quanto à capacidade da companhia em combinar crescimento com rentabilidade no curto prazo", disse Jorge após rebaixar a recomendação da Ambev de "compra" para "neutra".
Em conferência com analistas nesta tarde, o presidente-executivo da Ambev, Carlos Eduardo Lisboa, afirmou que julho "não se parece de maneira nenhuma com junho em termos de condições climáticas", mas ponderou que o começo do mês foi "impactado por efeito residual" das condições de junho.
"Para além de junho, continuamos confiantes", acrescentou o executivo.
A companhia afirmou que focou no período em fortalecimento da gestão de receita e na alocação eficiente de recursos, o que refletiu em aumentos de preços, com a receita líquida por hectolitro avançando 5,1% no Brasil.
Enquanto isso, o custo por hectolitro no Brasil subiu 5,9%. Já as despesas gerais e administrativas no país recuaram 4,3%.
Segundo analistas da BTG Pactual (BVMF:BPAC11) Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, tal aumento na receita por hectolitro não tem precedentes em um trimestre tipicamente caracterizado por preços médios sequenciais mais baixos.
"Em meio a uma participação de mercado mais frágil, a decisão de subir agora os preços levanta questões sobre os aumentos no segundo semestre de 2025, quando a temporada de precificação normalmente ocorre", disseram os analistas do BTG.
"Nossas previsões implicam um aumento de preço adicional de cerca de 5% ao longo da segunda metade do ano, no qual agora estamos menos confiantes," acrescentaram.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)