Famílias de reféns israelenses se veem diante da esperança e do desespero

Publicado 14.01.2025, 18:22
© Reuters. Famílias e apoiadores dos reféns israelenses sequestrados durante o ataque mortal de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas se reúnem para exigir um acordo que trará de volta todos os reféns mantidos em Gaza, em Jerusalémn14/01/2025nREUTERS/Ammar Awad
TEL/USD
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Por Rami Amichay

TEL AVIV (Reuters) - O acordo de cessar-fogo que está próximo de ser firmado em Gaza tem deixado as famílias dos 98 reféns ainda mantidos no enclave passando por uma mistura de esperança, apreensão e, em alguns casos, raiva, conforme negociadores fazem um esforço final para fechar um acordo.

A proposta preliminar compartilhada com Israel e o Hamas pelos mediadores do Catar prevê a libertação de 33 crianças, mulheres e homens idosos, além de reféns doentes e feridos, durante a primeira fase de um cessar-fogo prolongado. Israel acredita que a maioria desses reféns da lista está viva, mas não obteve confirmação do Hamas.

Em troca, centenas de prisioneiros palestinos seriam libertados e, se tudo correr bem, os negociadores começarão a falar sobre a libertação dos homens civis e soldados restantes, além dos corpos dos reféns mortos, como parte de um pacote de medidas para acabar com a guerra de 15 meses.

"Não podemos perder este momento, este é o último momento, podemos salvá-los", disse Hadas Calderon, cujo marido Ofer e os filhos Sahar e Erez foram sequestrados juntamente com cerca de 250 outras pessoas quando homens armados liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 soldados e civis no pior ataque contra Israel em sua história.

A campanha de Israel em Gaza tem durado mais de um ano desde então, matando mais de 46.000 combatentes e civis palestinos e devastando o estreito enclave costeiro, mas apenas alguns reféns escaparam ou foram libertados pelos militares.

Sahar e Erez foram libertados na primeira troca de reféns por prisioneiros em novembro de 2023 e Ofer, de 54 anos, está entre os que poderão ser libertados na primeira fase do novo acordo.

A última vez que seus filhos o viram, depois de 52 dias em cativeiro, ele estava "em uma condição muito ruim", disse Hadas.

"Sei que ele está sofrendo", disse. "Eu sonho sobre isso. Sinto isso em meu corpo. Sinto que ele está sofrendo. Sinto isso a todo momento. Sinto-me culpada por qualquer bebida que tomo, ou banho, ou comida, porque sei que eles não têm isso."

Manifestantes têm se reunido toda semana em Tel Aviv para cobrar que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chegue a um acordo para trazer os reféns de volta para casa, e isso nunca pareceu tão próximo.

Mas depois de repetidas decepções, poucos estão dispostos a comemorar até que seus entes queridos estejam de volta. Para outros, o acordo é uma enganação cruel que deixará seus maridos, filhos e irmãos presos em Gaza enquanto os negociadores iniciam outra rodada de conversas com os seus captores do Hamas.

"ELE NÃO MERECE APODRECER EM GAZA"

© Reuters. Famílias e apoiadores dos reféns israelenses sequestrados durante o ataque mortal de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas se reúnem para exigir um acordo que trará de volta todos os reféns mantidos em Gaza, em Jerusalém
14/01/2025
REUTERS/Ammar Awad

"O primeiro-ministro deveria fazer um acordo que inclua todos os reféns, inclusive meu filho, cidadão norte-americano e herói de Israel", disse Ruby Chen, cujo filho soldado Itay foi morto no ataque do Hamas e cujo corpo está sendo mantido em Gaza.

"Ele salvou muitas pessoas, ele não merece apodrecer em Gaza", disse Chen no lado de fora do gabinete de Netanyahu em Jerusalém, onde ela se juntou aos manifestantes que cobravam que o primeiro-ministro aguardasse um acordo abrangente.

(Reportagem adicional de Maayan Lubell, Steven Scheer, Emily Rose)

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