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Por Andrea Shalal e Tom Balmforth e Anastasiia Malenko
WASHINGTON/LONDRES/KIEV (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que os Estados Unidos não vão colocar tropas terrestres em campo na Ucrânia, mas podem fornecer apoio aéreo como parte de um acordo para acabar com a guerra da Rússia no país.
Um dia após Trump prometer garantias de segurança para ajudar a acabar com a guerra em uma cúpula extraordinária na Casa Branca, o caminho para a paz permaneceu incerto enquanto os EUA e seus aliados se preparavam para definir o que o apoio militar à Ucrânia poderia incluir.
"Quando se trata de segurança, (os europeus) estão dispostos a colocar pessoas no local. Estamos dispostos a ajudá-los com coisas, especialmente, provavelmente, ... por via aérea", disse Trump em uma entrevista ao programa da Fox News "Fox & Friends". Ele não entrou em detalhes.
Após a reunião de segunda-feira, a Rússia lançou seu maior ataque aéreo em mais de um mês contra a Ucrânia, e Trump admitiu que o presidente russo, Vladimir Putin, talvez não queira fazer um acordo, afinal.
"Vamos descobrir mais sobre o presidente Putin nas próximas semanas", disse ele.
A natureza da ajuda militar dos EUA para a Ucrânia em um acordo de paz não ficou clara. O apoio aéreo poderia assumir diversas formas, como sistemas de defesa antimísseis ou jatos de combate para reforçar uma zona de exclusão aérea.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o apoio aéreo dos EUA era "uma opção e uma possibilidade", mas, assim como Trump, não forneceu detalhes.
"O presidente declarou definitivamente que os soldados dos EUA não estarão em solo ucraniano, mas certamente podemos ajudar na coordenação e talvez fornecer outros meios de garantias de segurança aos nossos aliados europeus", disse em uma coletiva de imprensa.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, saudou as conversações na Casa Branca como um "grande passo à frente" na direção de encerrar o conflito mais mortal da Europa em 80 anos e para a realização de uma reunião trilateral com Putin e Trump nas próximas semanas. O relacionamento caloroso de Zelenskiy com Trump na véspera contrastou fortemente com a desastrosa reunião que tiveram no Salão Oval em fevereiro.
Analistas dizem que mais de 1 milhão de pessoas foram mortas ou feridas no conflito, iniciado a partir da invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022.
COALIZÃO
A Rússia lançou 270 drones e 10 mísseis em um ataque noturno à Ucrânia, disse a força aérea ucraniana. O Ministério da Energia disse que os ataques causaram grandes incêndios em instalações de energia na região central de Poltava, onde fica a única refinaria de petróleo da Ucrânia.
No entanto, a Rússia também devolveu os corpos de 1.000 soldados ucranianos mortos nesta terça-feira, disseram autoridades ucranianas. Moscou recebeu 19 corpos de seus soldados em troca, de acordo com a agência de notícias estatal TASS.
Aliados da Ucrânia mantiveram conversas no formato da chamada Coalizão dos Dispostos nesta terça-feira, discutindo sanções adicionais para aumentar a pressão sobre a Rússia. O grupo também concordou que as equipes de planejamento se reunirão com as contrapartes dos EUA nos próximos dias para detalhar garantias de segurança para a Ucrânia.
Líderes militares da Otan devem se reunir na quarta-feira para discutir o conflito na Ucrânia, e o general norte-americano Dan Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto, deve comparecer virtualmente, disseram autoridades à Reuters.
"Estamos agora trabalhando ativamente em todos os níveis sobre as especificidades, sobre como será a arquitetura das garantias, com todos os membros da Coalizão dos Dispostos, e muito concretamente com os Estados Unidos", disse Zelenskiy em rede social.
Embora Trump tenha dito na segunda-feira que Putin pediu uma reunião bilateral com Zelenskiy, o Kremlin não assumiu nenhum compromisso explícito. O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira que Moscou não descartou nenhum formato para as negociações de paz na Ucrânia, mas qualquer reunião de líderes nacionais "deve ser preparada com o máximo rigor".
Putin disse que a Rússia não vai tolerar a presença de tropas da aliança da Otan na Ucrânia. Ele também não demonstrou nenhum sinal de recuo nas exigências de território -- incluindo terras que não estão sob o controle militar da Rússia -- após sua reunião de cúpula com Trump na sexta-feira no Alasca.
(Reportagem de Tom Balmforth, Elizabeth Piper, Matthias Williams, Anastasiia Malenko, Rachel More, Madeline Chambers, Sabine Siebold, Susan Heavey, Andrea Shalal, Yuliia Dysa, Idrees Ali e Sam Tabahriti)