Hamas diz que guardas de reféns insraelenses em Gaza têm novas diretrizes

Publicado 02.09.2024, 19:16
Atualizado 02.09.2024, 19:20
© Reuters. Abu Ubaida, porta-voz das brigadas al-Qassam do Hamasn11/11/2019nREUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Por Nidal al-Mughrabi e Jaidaa Taha

CAIRO (Reuters) - A ala armada do Hamas disse nesta segunda-feira que desde junho está atuando com novas diretrizes sobre como lidar com reféns, caso as forças israelenses se aproximem de sua posição em Gaza.

O anúncio chega dias depois do exército de Israel recuperar os corpos de seis reféns em um túnel na cidade de Rafah, ao sul de Gaza, dizendo que eles foram mortos por seus captores porque as forças israelenses se aproximaram.

Abu Ubaida, porta-voz das brigadas al-Qassam do Hamas, não deu detalhes sobre quais eram as instruções. Ele disse que o grupo responsabiliza Israel pela morte dos reféns.

As novas diretrizes, diz Ubaida, foram dadas aos guardas dos reféns depois de uma operação de resgate israelense em junho. Na ocasião, as forças israelenses haviam libertado quatro reféns em uma ação em que dezenas de palestinos, incluindo mulheres e crianças, foram mortos.

"A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros por pressão militar, em vez de tentar chegar a um acordo, significa que eles vão retornar para suas famílias em caixões. As famílias deles precisam escolher se os querem mortos ou vivos”, disse.

Ainda na segunda, a ala armada do Hamas publicou um vídeo pré-gravado de uma das seis reféns mortas, implorando que Netanyahu feche um acordo para libertá-la e dizendo que temia morrer em cativeiro. A data em que o vídeo foi gravado não ficou clara.

Netanyahu disse em coletiva de imprensa nesta segunda-feira que os reféns foram mortos com tiros na nuca e prometeu que o Hamas vai pagar caro por isso.

A autoridade sênior do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou que as acusações de Netanyahu contra o Hamas são uma tentativa  de fugir da responsabilidade pela morte dos reféns. Ele acrescentou que as ameaças não assustam.

"Netanyahu matou seis prisioneiros e está determinado a matar todos os outros. Os israelenses deveriam escolher entre Netanyahu e o acordo”, disse Abu Zuhri.

© Reuters. Abu Ubaida, porta-voz das brigadas al-Qassam do Hamas
11/11/2019
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Israel e Hamas não chegaram a um acordo que terminaria com a guerra e culminaria com a libertação de reféns israelenses e estrangeiros presos em Gaza, em troca de diversos palestinos presos por Israel.

O Hamas quer qualquer acordo para terminar a guerra que tire as forças israelenses de Gaza, enquanto Netanyahu afirma que ele só pode terminar a guerra quando o Hamas for derrotado.

(Reportagem de Nidal Al-Mughrabi e Jaida Taha; reportagem adicional de Adam Makary)

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