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BEIRUTE (Reuters) - O Hezbollah disse nesta quarta-feira que o governo libanês está cometendo um "pecado grave" ao incumbir o Exército de estabelecer um monopólio estatal sobre as armas, acentuando uma divisão nacional sobre os apelos para que o grupo muçulmano xiita se desarme.
Apesar da pressão sem precedentes de Washington e de seus rivais internos, o grupo apoiado pelo Irã se recusou a abrir mão totalmente de seu arsenal, que manteve após o fim da guerra civil do Líbano em 1990, mesmo com o desarmamento de outras milícias.
Agora, os Estados Unidos exigiram que o gabinete do Líbano se comprometesse explicitamente a retirar as armas do Hezbollah -- uma medida que corre o risco de reacender as tensões no Líbano, uma nação de várias seitas onde o Hezbollah mantém um apoio significativo entre os xiitas.
Na terça-feira, o gabinete encarregou o Exército libanês de elaborar um plano para limitar as armas em todo o país a seis forças de segurança oficiais até o final do ano.
O Hezbollah rejeitou a decisão em um comunicado por escrito nesta quarta-feira, dizendo que era resultado dos "ditames" dos EUA e que "lidaria com ela como se não existisse".
"O governo do primeiro-ministro Nawaf Salam cometeu um pecado grave ao tomar a decisão de privar o Líbano de suas armas para resistir ao inimigo israelense... Essa decisão atende plenamente aos interesses de Israel", declarou o grupo.
O comunicado informa que os ministros xiitas saíram da sessão do gabinete antes que a decisão fosse tomada como "uma expressão da rejeição da resistência (Hezbollah) a essa decisão".
O grupo disse que continua pronto para discutir uma estratégia de segurança nacional mais ampla e pediu a seus apoiadores que permaneçam pacientes.
(Reportagem de Maya Gebeily e Laila Bassam)