Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira
Por Mohammed Ghobari
ÁDEN (Reuters) - O governo iemenita, apoiado pela Arábia Saudita, e os houthis, aliados do Irã, concordaram em iniciar ações em direção a um cessar-fogo, informou neste sábado o enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Iêmen.
Os houthis, que controlam o norte do Iêmen, têm lutado contra uma aliança militar liderada pelos sauditas desde 2015, em um conflito que já matou centenas de milhares de pessoas e deixou 80% da população do país dependente de ajuda humanitária.
O enviado especial da ONU, Hans Grundberg, afirmou em comunicado emitido pelo seu gabinete que "saúda o compromisso das partes de estabelecer medidas para implementar um cessar-fogo em toda a nação, melhorar as condições de vida no Iêmen e realizar preparativos para a retomada de um processo político inclusivo, sob a proteção da ONU".
Ele afirmou que "agora vai contatar as partes para estabelecer um plano sob proteção da ONU que inclua esses compromissos e ajude na sua implementação", segundo o comunicado.
O plano e o cessar-fogo também incluirão o compromisso mútuo de retomada das exportações de petróleo, pagamento de todos os salários do setor público, abertura de estradas em Taiz e outras regiões do Iêmen, além do alívio adicional de restrições ao aeroporto de Sana e ao porto de Hudaydah, conforme o comunicado.
A coalizão militar liderada pelos sauditas interveio há mais de oito anos contra os houthis depois de o movimento ter derrubado o governo reconhecido internacionalmente em Sana, a capital, em 2014.
Em setembro, autoridades houthi visitaram Riad pela primeira vez desde o início da guerra. Antes, houve uma primeira rodada de consultas mútuas mediadas por Omã, realizadas em paralelo com os esforços de paz da ONU, quando enviados sauditas foram a Sana em abril.
Iniciativas de paz ganharam força depois que os rivais Arábia Saudita e Irã concordaram em restabelecer laços, em acordo mediado pela China. Um cessar-fogo permanente no Iêmen seria um grande avanço para estabilizar o Oriente Médio.
"Grundberg expressou seu grande apreço pelos papéis fundamentais do Reino da Arábia Saudita e do Sultanato de Omã no apoio às partes para que chegassem a este momento", de acordo com o comunicado.
"Ele pediu que todas as partes exerçam ao máximo a parcimônia neste momento crítico para permitir um ambiente para o diálogo e a conclusão bem-sucedida do acordo no nosso plano."
(Reportagem de Mohammed Ghobari)