Por Hadeel Al Sayegh
DUBAI (Reuters) - Um incêndio se espalhou pela unidade de terapia intensiva e a maternidade de um hospital saudita antes do amanhecer desta quinta-feira, matando pelo menos 24 pessoas e ferindo 123, disseram autoridades.
O incêndio irrompeu no hospital geral da cidade portuária de Jazan, capital da região de Jizan, uma das áreas mais pobres da Arábia Saudita.
A agência de defesa civil informou que 25 pessoas morreram, mas o ministro da Saúde, Khalid al-Falih, indicou em uma declaração posterior que os mortos eram 24. Entre eles estavam dois seguranças e uma criança, disseram autoridades.
A TV al-Ekhbariya, controlada pelo governo, entrevistou uma testemunha que disse que a causa do incêndio parecia ser elétrica, e o fogo levou apenas três minutos para tomar conta do hospital.
"Podíamos ouvir as mulheres gritando", disse o homem, não identificado.
Fotografias publicadas no Twitter pela agência de defesa civil mostram fumaça pesada e um fogo intenso que parece ter danificado seriamente o interior do hospital, de paredes brancas. Algumas equipes de resgate usaram uma escada para ter acesso através de uma janela.
As críticas à família governante da Arábia Saudita são desaprovadas, mas vários comentários de usuários do Twitter sugerem que o fogo foi o resultado de negligência do governo e criticam uma série de acidentes em instalações públicas no reino neste ano.
"Será que o ministro da Saúde terá a coragem de apresentar a sua demissão após o incêndio no Hospital Geral Jazan? Que desastre resta após essa calamidade?", tuitou uma pessoa, cuja conta o identificou como Mohammed Alsubaie, de Riad.
Um correspondente da TV saudita al-Arabiya afirmou ter visto várias saídas de emergência trancadas com cadeados quando visitou o hospital após a tragédia. Ele disse que anteriormente o hospital tinha recebido advertências das autoridades sobre desrespeito às normas de segurança.
No entanto, o diretor de Assuntos de Saúde da região, Ahmed al-Sahli, negou qualquer problema de segurança e afirmou à Al-Arabiya que muitas pessoas puderam escapar facilmente porque as portas estavam abertas e havia equipamentos de proteção no local.
Mas Eissa Amaish, cuja irmã foi morta no fogo, culpou a gestão do hospital. "O que aconteceu no hospital foi um crime de homicídio", disse ele à al-Arabiya. "Esse hospital não estava equipado de modo algum para lidar com um incêndio."